quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A FIGURA DO ANO

DESEMPREGO - JUSTIÇA


No programa semanal da TSF "Bloco Central", Pedro Adão e Silva elegeu como figura do ano o DESEMPREGADO PORTUGUÊS, referindo:

 "Digo desempregado no singular porque a experiencia para quem está no desemprego nunca é uma taxa,
nunca soa a 15% ou 16%;

A sensação para quem está no desempregado é sempre de 100%;
Eu diria que em democracia não há forma tão brutal de privação da liberdade como não ter trabalho e não ter rendimento".


Neste comentário, Pedro Adão e Silva coloca o problema no lugar certo, a pessoa vitima do desemprego, e destaca a autossuficiência económica como fator de liberdade, pelo menos enquanto expressão do pensamento.

Normalmente os arautos da nossa vida pública colocam-se na mera posição do observador, da pessoa que analisa o problema do outro, e não na de quem tem efectivamente o problema e com ele vive.

Por outro lado, a subsistência económica, seja a que nível for, ou apenas a ânsia de mais e mais,  tantas e tantas vezes inibe e condiciona a livre expressão do pensamento, colocando o interesse individual à frente do interesse coletivo.

Tudo o que se referiu a propósito do desemprego pode, e deve ser dito, sobre a JUSTIÇA e, essencialmente, a falta dela.

Quando se é injusto com alguém não importa desculparmo-nos com anteriores potenciais boas ações ou com sucessivas justificações para a injustiça praticada.

Para o injustiçado não há injustiças menores  nem parciais, mas apenas a injustiça numa forma absoluta, isto é, a 100%.

A injustiça só é verdadeiramente avaliada pelo injustiçado, e só ele conhece a sua exata dimensão.

Quem decide mais do que procurar justificações
"deve lembrar-se que o seu carater é um espelho do seu destino".

Por isso, não vale a pena justificar o que é injusto, mas apenas refletir sobre a injustiça praticada e dela retirar ensinamentos que evitem a sua repetição.

A injustiça quando conscientemente repetida é uma das formas ilegítimas do exercício de qualquer poder ou direito ou, de outra forma, é o exercício totalitário de um poder tantas vezes democraticamente atribuído.

O decisor normalmente considera a sua teimosia, como forma de alegada frontalidade, mas tal mais não é do que uma demonstração de força de quem já não tem argumentos.
 
Por isso, é essencial saber quebrar a redoma em que alguns se habituaram a viver e a decidir e, com humildade, colher na diferença a riqueza do desenvolvimento, ouvindo os outros e tendo em consideração as suas opiniões, não transformando a teimosia em critério de atuação.

Preferir a frontalidade da diferença ao aplauso de conveniência daqueles que, deitados na zona de conforto que semearam, só agem em conformidade com os seus interesses.
 
É certo que o tempo não tem ciclos mas apenas uma direção - o futuro.

No entanto, o fim de um ano cria a ilusão de que algo começa de novo.

Que essa ilusão possa contribuir para a reflexão e que cada um reveja o seu passado e saiba contribuir para um futuro onde verdadeiramente o valor da justiça, da igualdade de oportunidade, da imparcialidade e da defesa do bem comum se sobreponha aos interesses individuais tantas e tantas vezes cerceadores dos reais interesses coletivos.

Não importa querer ser grande no reino dos liliputianos, mas ser um igual entre todos e com todos contribuir para o desenvolvimento do mundo profissional, social, desportivo ou familiar em que nos inserimos.

valdemar cabral

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

SABER SER


Os valores sociais e a sua prática

Realizou-se no passado dia 10 de Dezembro na Assembleia da República a cerimónia da entrega da medalha comemorativa do 50º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos aos 3 elementos distinguidos com o prémio Direitos Humanos 2013.

Tudo não passaria de normal, se normal tivesse sido a intervenção dos distinguidos.

Mas não.

Jose António Pinto, Assistente Social na junta de freguesia de Campanha-Porto, ao agradecer a distinção do prémio mais não fez do que, afinal, demonstrar o quão justa foi a sua atribuição.

De facto,  num momento em que muitos confortados no bem estar proporcionado por escassos minutos de exposição pública, gozando as vénias de ocasião, se refugiariam em palavras gastas e ocas, o galardoado fez jus ao seus valores e demonstrou que um homem de convicções, princípios e sentido de responsabilidade social em todas as ocasiões o deve demonstrar, correndo o risco do incómodo e, até, de vir a ter prejuízos diretos, ou indiretos, para o seu nome e pessoa.

Na referida cerimónia, perante a Presidente da Assembleia da República e os acomodados deputados, José António Pinto afirmou:

"Deixo ficar esta medalha no Parlamento se os senhores deputados me prometerem que, futuramente, as leis aprovadas nesta casa não vão causar mais estragos na vida daqueles que, por terem deixado de dar lucro, são agora considerados descartáveis";

"Eu não quero receber medalhas, quero justiça na economia, justiça na repartição da riqueza criada";

"Quero que a dignidade do Homem seja mais valorizada que os mercados, que o interesse coletivo e o bem comum tenham mais força que os interesses de meia dúzia de privilegiados".

A partir da leitura desta notícia refleti sobre a falta que nos fazem homens e mulher que:
 
  • Alicerçados na força das suas convicções tenham uma visão da sociedade, e dos seus valores, que ultrapasse o horizonte que a sua vista alcança;
  • Sejam capazes de ver para além do muro das dificuldades e pensar fora do quadrado que a todos limita;
  • Tendo princípios e valores sejam capazes de separar o acessório do essencial e o individual do coletivo;
  • Entendam que o percurso em circulo e ziguezague, tentando ludibriar os desatentos, será sempre o caminho mais longo para atingir a verdade;
  • Alicercem a sua competência na força dos seus argumentos, princípios e ações e não no poder efémero, mesmo que legitimamente exercido;
Este é o desafio que se coloca a todos nós -  com o nosso exemplo, competência, espirito de missão e de partilha, temos que contribuir para o bem comum e saber ajudar a transformar as dificuldades em oportunidades.

A arbitragem e o Basquetebol também carecem desse desafio e todos temos que ajudar a vencer.

Valdemar cabral


 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

RUI MOREIRA


O PORTO ESCOLHEU

 
A propósito das recentes eleições autárquicas, muitas foram as considerações que publicamente foram tecidas e se bem que, desta vez, a vitória não foi por todos reclamada, tornou-se evidente que, para uns, quem ganhou não ganhou como  era esperado e, para outros, quem perdeu afinal também ganhou.

 
No entanto, houve unanimidade no reconhecimento que no Porto houve um vencedor - Rui Moreira.

De facto, uma personalidade com sentido de responsabilidade, bom senso e com um discurso honesto e realista conseguiu, em condições muito particulares, reconheça-se, captar a preferência das gentes do Porto.

Esta eleição foi, sobre muitos aspetos, apresentada como uma nova forma de se encarar os jogos  partidários e as gentes do Porto apontadas como mais um exemplo de liberdade face aos aparelhos partidários.

A este propósito, não posso deixar de referir a opinião de Miguel Sousa Tavares in Expresso 5.12.2013.

Triunfou, sim, um antigo e digno espírito burguês, assente em virtudes velhas e em desuso, tais como o trabalho, a poupança, a seriedade nos negócios e nas contas, que ao longo dos tempos fez prosperidade e o nome honrado do Porto.

Não se poderia dizer mais e melhor com tão singelas palavras, pois este é o espírito do Porto e das suas gentes.

Um colectivo que, acima de tudo, vive o presente com sentido de responsabilidade e humildade, que recusa gastar hoje o que irá ganhar amanhã e que sabe que só com trabalho, espírito de entre-ajuda e partilha de esforços se pode ter um futuro melhor.

É evidente que ninguém tem o exclusivo destes valores que, como diz MST estão em desuso, mas há quem os tenha sempre presentes, os viva no seu dia a dia, e acima de tudo, os interiorize como o "ADN" da sua identidade.

Esses são as gentes do Porto e esse espirito o seu motivo de orgulho e regozijo.

 
valdemar cabral

terça-feira, 1 de outubro de 2013

TEMPOS DIFICEIS

 
"Quando passas nos meus olhos
nunca és o que eu sonhei..."*

 
Ao reviver recentemente tempos de Coimbra, tempos que nunca se esquecem por mais curto que esse tempo seja, deparei-me com um daqueles poemas que nos conduz ao sonho, à fantasia, à realidade da vida, seja ela qual for, e nos confronta com a desilusão de enfrentarmos no nosso dia a dia uma realidade tão diferente da que esperávamos, queríamos ou sonhamos.


Poder-se-á dizer que tal desilusão poderá resultar de termos querido e sonhado mais que o possível, ou criado expectativas acima do realizável.
 
É certo que sim.
 
Mas não é menos verdade que como escreveu o poeta António Gedeão
 
"Eles não sabem nem sonham que o sonho comanda a vida
que sempre que o homem sonha o mundo pula e avança...".
 
Por isso, a capacidade de sonhar com os pés no chão, de querer mais e melhor e de não se contentar com o óbvio, com soluções fáceis e  acomodadas, é condição indispensável para a superação de objetivos e obtenção da excelência de desempenhos e resultados.

É certo que vivemos um tempo cinzento, onde o dinheiro é a escala e a justificação, muitas vezes indevida, para a estagnação e, se não mesmo, para o retrocesso.

No entanto, os tempos de crise são, também, tempos de novas oportunidades, tempos onde o materialismo tem que ceder perante outros valores, pois como alguém já escreveu

"é quando a maré baixa que se vê
quem está a nadar sem calções".

 
O Basquetebol, e todos os seus agentes, estão em maré baixa, pelo que importa transformar este tempo num tempo de novas oportunidades, de mais pragmatismo na ação, de transformação de custos em investimento, de conjugação de esforços e sentido de "Estado" daqueles que têm a ingrata função de dirigir.

Todos temos que olhar para além do que a vista alcança, distinguir o acessório do principal, sob pena de estarmos permanentemente a bater contra a parede e só então despertarmos para a realidade.


Nunca, como nos tempos que se avizinham, teve que haver entre todos os agentes e estruturas da modalidade tanta conjugação de esforços, serenidade, ponderação e perceber que é a nossa casa, a nossa "família" que não está bem e, como tal, somos nós próprios que estamos em crise e é em nós próprios que muitas vezes batemos.

Todos somos "culpados"/responsáveis, todos merecemos mais e melhor, mas todos temos o dever de contribuir e não lançar um ferro ao naufrago, para ele se agarrar.

Os juízes do Basquetebol têm dado um exemplo de sentido de responsabilidade, de sacrifício e de compreensão, pelo que a todos nós dirigentes da modalidade compete enaltecer essa atitude, pugnando com a nossa ação, o nosso exemplo e a nossa capacidade de dirigir, para que se encontrem novas plataformas de compromisso e de entendimento que evitem mais nuvens sobre a nossa modalidade.

 valdemar cabral
* Balada da Despedida

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

TRABALHAR O FUTURO


Nova Geração

Numa das ultimas edições do jornal “Expresso”  foi publicado um conjunto de dados sobre a sociedade portuguesa, com os quais se pretendia dar um retrato social de Portugal em 1973, por contraponto com a atual realidade.

Para melhor se perceber as grandes mutações e evolução da nossa sociedade nos últimos 40 anos, destaquei os seguintes dados:


1973
2013
População residente
8.663.252
10.562.178
Esperança de vida
67,6 anos
79,6 anos
Casas sem água canalizada
53%
0,7%
Casas sem esgotos
40%
0,5%
Casas sem eletricidade
37%
Sem relevância
Taxa de analfabetismo
25,7%
5,2%
População com ensino superior
0,9%
14,8%

Sendo evidente que outras leituras podem ser feitas, são inegáveis os ganhos em termos de qualidade de vida e do nível de formação dos portugueses.

Disso mesmo é exemplo o atual quadro de juízes de basquetebol, onde são inúmeras as situações de árbitros e oficiais de mesa com competências habitacionais ao nível de licenciatura e mestrado e, acima de tudo, com responsabilidades profissionais e experiência de vida relevantes mesmo a nível internacional.

Em todas as áreas da ciência temos gente muito competente e que, por vezes, nos passa despercebida.

A constatação desta realidade importa numa dupla responsabilidade:

  • dos juízes, enquanto pessoas dotadas de competências e capacidade critica e inovadora, no sentido de colocarem essas competências ao serviço da modalidade e da arbitragem, contribuindo para o seu desenvolvimento em todas as vertentes;
  • dos dirigentes e estruturas federativas, na necessidade  de compreenderem as expectativas e motivações dos  árbitros e oficiais de mesa numa época em que a informação e as novas tecnologias imperam e as solicitações sociais e lúdicas se multiplicam.
Sem a percepção da necessidade de evoluir no sentido de proporcionar aos juízes o enquadramento na arbitragem ao nível do que, muitas vezes, dispõem na família, na escola ou no ambiente social em que se inserem, não conseguimos criar condições de acolhimento e motivação para uma nova geração de árbitros e oficias de mesa.

Não podemos pensar o futuro sem pensar nas pessoas e nas suas motivações e condições de vida social e familiar.

A capacidade dos dirigentes e estruturas da arbitragem para incentivar e promover a realização pessoal e desportiva dos juízes através da arbitragem e a conciliação de interesses pessoais e familiares com os compromissos desportivos, é a chave para criarmos melhores condições de acolhimento e retenção de novos juízes.

Com rigor, transparência, estruturas adequadas, formação de qualidade e respeito pelos interesses e bom nome da arbitragem, por certo atingiremos, numa perspectiva nacional, patamares de excelência ao nível da arbitragem do basquetebol.

valdemar cabral





quinta-feira, 5 de setembro de 2013

GRITO À LIBERDADE


Pudesse Eu
Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes

Sophia de Mello Andresen

Por mero acaso deparei-me há dias com este poema que me “tocou” e surpreendeu, e que me atrevo a partilhar neste espaço.

Cada palavra encerra um mundo de afetos, vivências e, por ventura, ilusões, concluindo com um sentimento de impotência para viver todos os desafios que a vida permanentemente nos coloca e surpreende.

A musicalidade e sensibilidade que extravasam desta composição, o seu apelo à vida e ao amor, fazem deste poema um hino à liberdade.

Detenho-me, no entanto, no primeiro verso “pudesse eu não ter laços nem limites”, pois é esta constatação que todos os dias impede, limita ou, no mínimo, condiciona o nosso grito de liberdade.

À criatividade de quem escreve responde o leitor atento interpretando o que lê em função da sua sensibilidade, experiencia de vida, princípios e valores ético-sociais que perfilha e o tempo e as circunstâncias em que contacta com o texto.

Estejamos sempre predispostos para responder aos convites suspensos na surpresa dos instantes.

valdemar cabral

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

PENSAMENTO



A RIQUEZA DO PENSAMENTO DIVERGENTE

Torna-se hoje evidente que apesar de uma certa estabilidade dos fundamentos democráticos da nossa sociedade, nem sempre o pensamento divergente de alguém é aceite como um contributo positivo, assente no princípio que a diversidade de opinião é um valor indispensável para o desenvolvimento das sociedades.


De facto, não raramente verificamos situações de manifesta consonância artificial e ocasional de opiniões resultantes de uma mera tática ditada pela conveniência pessoal ou, por outro lado, situações de afastamento ou menorização dos portadores de opiniões divergentes, por forma a que a convergência desejada não seja abalada.

Ainda é uma realidade que muitos encontram consolo quando ouvem dos outros apenas os ecos dos seus pensamentos, refugiando-se no silêncio ou no afastamento da discussão quando as opiniões divergentes podem ser espectáveis.

No entanto, quer se queira quer não, estamos num tempo em que o pensamento divergente tem que ser visto, não como oposição, mas como uma forma de encontrar o maior número possível de soluções para um mesmo problema.

Esta capacidade de criar novas ideias é a melhor forma para, criativamente, buscarmos as melhores soluções, o que por certo se traduz
em promover o desenvolvimento e a melhoria em todos os níveis da nossa vida em sociedade.


Esta é uma reflexão que importa considerar.

Para despertar a curiosidade, proponho a consulta deste link, lamentando a versão em língua inglesa.


VALDEMAR CABRAL

terça-feira, 27 de agosto de 2013

SORTEIO DAS COMPETIÇÕES BASQUETEBOL

O jogo é um espetáculo desportivo

Foram já efetuados os sorteios dos jogos para as principais competições nacionais de Basquetebol, sendo certo que durante o mês de setembro o mesmo irá ocorrer para as restantes competições.
Apesar dos sorteios, há ainda uma fase de acerto de calendarização que importa ter presente, pois tal é decisivo para a promoção do basquetebol como um espetáculo desportivo e redução de custos de organização.
Normalmente os clubes centralizam a sua análise nos horários de disponibilização de instalações desportivas e na capacidade de utilização dos seus jogadores.
Sendo, de facto, aspetos importantes há, no entanto, outros que têm que ser levados em linha de conta, designadamente:
1.  A calendarização dos jogos deve ter em consideração a maior possibilidade de captação de público, pelo que se deve evitar que se disputem jogos das mais importantes competições no mesmo dia e hora na mesma localidade. Sendo o público sempre um elemento escasso, tudo devemos fazer para promover a sua captação para cada jogo e não a sua divisão. Face aos sorteios já realizados pergunta-se:
a.  Será melhor para a captação de público e rentabilização de custos que na Ilha Terceira se realizem dois jogos da Pró Liga no mesmo dia e hora?
b.  Será bom para a modalidade que, por exemplo, na AB Aveiro e na AB Braga se realizem dois jogos da LPB no mesmo dia e hora?
É certo que alguns destes aspetos, a exemplo de anos anteriores, ainda irão ser analisados, mas deve haver um reforço de análise e ponderação ao nível de todas as competições e tal apresentar-se como um elemento estrutural de organização dos jogos.
2.  Temos que mobilizar esforços no sentido de tentar rentabilizar os períodos de sábado de manhã para jogos de algumas competições. Os clubes serão os grandes beneficiários pois, potencialmente, ganharão público e rentabilizarão a ocupação do escasso número de juízes normalmente disponíveis.
3.  As horas de realização dos jogos de cada equipa devem criar no público uma certa habituação e não a incerteza do dia e hora dos jogos, com mudanças semanais;
4.  As equipas devem ponderar nessa calendarização as possibilidades de gestão do quadro de arbitragem nacional e regional, sob pena de, também por este motivo, haver uma sobrecarga de custos. Se todas as competições incidem sobre um mesmo dia, normalmente sábado, o esforço de arbitragem é muito grande e obriga a grandes deslocações de juízes de outras regiões.

Trata-se de um trabalho coletivo que carece de um forte envolvimento dos clubes, mas que tem que ser feito se queremos potencializar a utilização dos recursos escassos que temos.

O CA/FPB e os CAD´s devem desenvolver um trabalho de comunicação/informação eficaz de todos os agentes e clubes, sob pena de passarmos mais uma época chorando sobre leite derramado.

Cabe aos clubes o papel decisivo, pois inevitavelmente é sua a primeira responsabilidade pela organização dos jogos.
Os sorteios e a calendarização não são, em si mesmos, valores supremos, mas devem ser encarados como um modo de, sem desvirtuar a verdade desportiva, promover o jogo como um espetáculo desportivo.

Com pequenos passos se faz o caminho do sucesso, pelo que vale a pena refletir sobre este assunto.

valdemar cabral

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

ANJB


Uma Associação para todos os juízes

A nossa Associação comemorou recentemente 23 anos de vida.

Com algumas incidências e épocas de maior ou menor vitalidade, permanece como uma voz na arbitragem nacional.

Uma voz que se quer independente, na defesa dos valores que devem
orientar um setor tão específico como é o da arbitragem.

No entanto, não pode a ANJB viver do passado e das pequenas vitórias, mas assumir o papel que lhe compete no seio da modalidade, sendo também ela um agente de mobilização e de mudança.

Num tempo difícil para o associativismo pois, mais do que nunca, impera o individualismo e a defesa dos interesses materiais, a ANJB deve continuar a prosseguir uma política de participação ativa no que se refere à defesa do estatuto do juiz de basquetebol e ao desenvolvimento da arbitragem nacional.

Sabemos que, como sempre, são poucos os que se predispõem a trabalhar em prol da ANJB e que a Direção tem desenvolvido uma atividade meritória durante o seu mandato, designadamente a realização do Clinic Internacional, a parceria para fornecimento dos equipamentos para os juízes, a proposta alternativa para o seguro desportivo e a dinamização do seu “site”, mas isso não significa que não possam ser melhorados muitos aspetos e que a própria Direção não deva repensar o seu modelo de gestão e de comunicação com os associados.

Atualmente, e salvo melhor opinião, a primeira preocupação da ANJB tem que ser a sua própria sustentabilidade e capacidade de representação junto dos fóruns de decisão.

Mas, quer se queira, quer não, isso não se faz com conversas de “pé de orelha”, mas com uma maior afirmação da ANJB do ponto de vista quantitativo, isto é, número efetivo de associados, e com o ser capaz de ter uma visão global e proposta de trabalho para os problemas da arbitragem, amplamente discutida com os associados e assente na realidade nacional.

Só a conjugação desses dois elementos pode contribuir para uma maior credibilização da imagem da ANJB e a sua colocação no centro da discussão dos assuntos verdadeiramente relevantes para os juízes e a arbitragem.

Como noutros aspetos da nossa modalidade, já não basta fazer bem o mesmo, torna-se necessário saber dar um passo em frente e inovar, motivar e envolver os juízes, pois só assim eles podem reconhecer a verdadeira razão para se tornar sócio da ANJB.

valdemar cabral

domingo, 18 de agosto de 2013

CAMPEONATO EUROPA SUB.16 FEMININO



Já muito se escreveu sobre a participação de Portugal no Campeonato da Europa de sub 16 femininos, que decorreu em Matosinhos nos passados dias 1 a 11 de agosto.

Desta competição, e para além de outros aspetos positivos a realçar, designadamente os resultados desportivos obtidos, retiro a capacidade organizativa da F.P.B. e da A.B.P., no sentido de garantir o sucesso de mais esta organização internacional.

Nunca é demais realçar este êxito, num tempo em que, por vezes, somos levados só pela lamentação e a crítica fácil.
De facto ficou demonstrado que os adeptos da modalidade estão aptos para comparecer e dar o seu apoio, desde que para tal seja motivado e respeitado.

Motivado quando a competição é devidamente divulgada e o jogo proporciona espetáculos de bom nível técnico e gerador de afetos, sejam eles, como foi o caso, a identidade nacional, sejam, noutras ocasiões, o carisma regional ou clubístico.
Sem afeto, emoção e identificação com as equipas, não haverá público nos jogos, o que significa o não desenvolvimento da modalidade.

Respeitado quando ao público é reconhecido o direito a boas condições de acolhimento e informação, seja no acesso a todos  os elementos que são chave no jogo – tempo e resultado – seja nas condições de acomodação.

Importa, a título de exemplo, referir a decisão da FIBA de determinar que os jogos da seleção de Portugal se realizassem todos no CDC de Matosinhos, demonstrando, assim, que importa criar sempre as melhores condições para o jogo e o público, facto tantas vezes menos considerado nas nossas competições internas.

Todos nós Dirigentes, seja dos clubes, das Associações ou da F.P.B., temos que saber retirar ilações e colher os frutos desta organização, continuando a trabalhar para que os jogos e as competições sejam espetáculos motivadores, que cativem a presença dos adeptos e público em geral, pois só assim a nossa modalidade se desenvolve.

Mas para isso é absolutamente necessário ser inovador e ir ao encontro do público, proporcionando jogos-espectáculo que correspondam, em todos os aspetos ao desejado pelos amantes da modalidade.

Vale apena tentar, pois estes adeptos merecem o nosso trabalho.

valdemar cabral

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Prof. JORGE ARAÚJO


COMUNICAÇÃO, LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO


Tomei hoje conhecimento da entrevista concedida pelo Prof. Jorge Araújo a uma estação de televisão.

Como é do conhecimento de todos os adeptos da modalidade, o Prof. Jorge Araújo foi treinador durante cerca de 40 anos e há cerca de 15 anos que desenvolve a sua atividade profissional na área da consultadoria, apoiando gestores e quadros das empresas na área do treino de atitudes e comportamentos ao nível, designadamente, da Liderança, Trabalho em Equipa, Comunicação Eficaz, Motivação, etc.

Apesar de nem sempre concordar com algumas das suas mais recentes tomadas de posição no seio da modalidade, do ponto de vista técnico considero que a entrevista aborda, de uma forma clara e concreta, aspetos da maior relevância que podem contribuir para o enriquecimento do desempenho de todos aqueles que têm a responsabilidade de liderar equipas e promover a sua motivação.

Mas mais do que as palavras, deixo o convite para a referida entrevista em: http://portocanal.sapo.pt/um_video/oRR6yWerCreAmfihoVV4/

Valdemar Cabral