DESEMPREGO - JUSTIÇA
No programa semanal da TSF "Bloco Central", Pedro Adão e Silva elegeu como figura do ano o DESEMPREGADO PORTUGUÊS, referindo:
"Digo
desempregado no singular porque a experiencia para quem está no desemprego
nunca é uma taxa,
No programa semanal da TSF "Bloco Central", Pedro Adão e Silva elegeu como figura do ano o DESEMPREGADO PORTUGUÊS, referindo:
nunca soa a 15% ou 16%;
A sensação para quem está no desempregado é sempre de 100%;
Eu
diria que em democracia não há forma tão brutal de privação da liberdade
como não ter trabalho e não ter rendimento".
Neste
comentário, Pedro Adão e Silva coloca o problema no lugar certo, a pessoa vitima do
desemprego, e destaca a autossuficiência económica como fator de liberdade, pelo menos
enquanto expressão do pensamento.
Normalmente os arautos da nossa vida pública
colocam-se na mera posição do observador, da pessoa que analisa o problema do
outro, e não na de quem tem efectivamente o problema e com ele vive.
Por outro
lado, a subsistência económica, seja a que nível for, ou apenas a ânsia de
mais e mais, tantas e tantas vezes inibe
e condiciona a livre expressão do pensamento, colocando o interesse individual à
frente do interesse coletivo.
Tudo o
que se referiu a propósito do desemprego pode, e deve ser dito, sobre a
JUSTIÇA e, essencialmente, a falta dela.
Quando se
é injusto com alguém não importa desculparmo-nos com anteriores potenciais boas ações ou com sucessivas
justificações para a injustiça praticada.
Para o
injustiçado não há injustiças menores
nem parciais, mas apenas a injustiça numa forma absoluta, isto é, a
100%.
A
injustiça só é verdadeiramente avaliada pelo injustiçado, e só ele conhece a
sua exata dimensão.
Quem decide mais do que procurar justificações
"deve
lembrar-se que o seu carater é um espelho do seu destino".
Por isso,
não vale a pena justificar o que é injusto, mas apenas refletir sobre a injustiça
praticada e dela retirar ensinamentos que evitem a sua repetição.
A injustiça quando conscientemente repetida é uma das formas ilegítimas do exercício de qualquer poder ou direito ou, de outra forma, é o exercício totalitário de um poder tantas vezes democraticamente atribuído.
O decisor normalmente considera a sua teimosia, como forma de alegada frontalidade, mas tal mais não é do que uma demonstração de força de quem já não tem argumentos.
Por isso, é essencial saber quebrar a redoma em que alguns se habituaram a viver e a decidir e, com humildade, colher na diferença a riqueza do desenvolvimento, ouvindo os outros e tendo em consideração as suas opiniões, não transformando a teimosia em critério de atuação.
Preferir a frontalidade da diferença ao aplauso de conveniência daqueles que, deitados na zona de conforto que semearam, só agem em conformidade com os seus interesses.
Preferir a frontalidade da diferença ao aplauso de conveniência daqueles que, deitados na zona de conforto que semearam, só agem em conformidade com os seus interesses.
É certo que o tempo
não tem ciclos mas apenas uma direção - o futuro.
No entanto, o fim
de um ano cria a ilusão de que algo começa de novo.
Que essa ilusão possa contribuir para a reflexão e que cada um reveja o seu passado e saiba contribuir para um futuro onde verdadeiramente o valor da justiça, da igualdade de oportunidade, da imparcialidade e da defesa do bem comum se sobreponha aos interesses individuais tantas e tantas vezes cerceadores dos reais interesses coletivos.
Não importa querer ser grande no reino dos liliputianos, mas ser um igual entre todos e com todos contribuir para o desenvolvimento do mundo profissional, social, desportivo ou familiar em que nos inserimos.
Que essa ilusão possa contribuir para a reflexão e que cada um reveja o seu passado e saiba contribuir para um futuro onde verdadeiramente o valor da justiça, da igualdade de oportunidade, da imparcialidade e da defesa do bem comum se sobreponha aos interesses individuais tantas e tantas vezes cerceadores dos reais interesses coletivos.
Não importa querer ser grande no reino dos liliputianos, mas ser um igual entre todos e com todos contribuir para o desenvolvimento do mundo profissional, social, desportivo ou familiar em que nos inserimos.
valdemar cabral