quarta-feira, 22 de outubro de 2014

ELEIÇÕES F.P.B


CONSELHO DE ARBITRAGEM
 
Foram divulgadas as listas concorrentes aos órgãos sociais da FPB, cuja eleição se realiza no próximo de 8 de novembro.

Face às alterações legais ao regime jurídico das federações desportivas há 2 inovações de principal relevância para o sector da arbitragem,  isto é, o candidato a Presidente da FPB tem que apresentar uma lista completa para todos os órgãos e, por outro  lado, a lista vencedora ao CA assumirá, por completo, o preenchimento de todos os lugares, não havendo mais a aplicação do método de Hondt.

No entanto, apesar de cada candidato a Presidente ter que apresentar uma lista completa a todos os órgãos,  poderiam ter surgido listas independentes a concorrer exclusivamente ao CA, o que não veio a acontecer.

Face a esta situação,  importa reiterar que a  eleição para o CA é  sempre independente e autónoma, pelo que pode a lista que vencer não pertencer a lista do Presidente eleito.

Sobre as alterações legais  haverá sempre quem identifique  vantagens e desvantagens, e mesmo quem não concorde com nenhuma delas.

Na minha opinião, sendo o CA um órgão executivo deve o mesmo ser composto, exclusivamente, pelos elementos da lista vencedora.

Quem ganha deve assumir a responsabilidade de gerir o sistema de arbitragem e por em prática o seu programa.

Só pode assumir a responsabilidade de por em prática o programa da lista vencedora os elementos que o propuseram, não sendo viável, nem justo, que os elementos de uma lista cujo programa não foi escolhido, tenham que trabalhar para  cumprir o programa vencedor ou, mais grave ainda, do ponto de vista democrático, que os elementos da lista não escolhida pretendam depois no CA por em prática o seu programa.

Votada uma estratégia e um programa,  esse deve ser o plano de acção que o CA deve prosseguir e cujo cumprimento os agentes da modalidade devem acompanhar e fiscalizar.

Infelizmente isso tem sido uma miragem na seio da nossa arbitragem, pois a eleição tem-se transformado na passagem de um cheque em branco que cada um gere a seu livre prazer, tudo se justificando na legitimidade do ato eleitoral.

Já coisa diferente é a obrigatoriedade do Presidente da Direcção ter que apresentar uma lista completa a todos os órgãos.

É evidente que isso não invalida a hipótese de listas autónomas, mas seria mais fiel ao principio de  autonomia que a eleição para o CA fosse através de listas autónomas e não  a coberto da candidatura a Presidente.

É por isso importante tornar claro que as eleições são independentes para cada órgão, com excepção para Presidente e Direcção, e que apesar de haver listas completas, nada invalida que a apreciação dos respectivos programas e dos membros candidatos a cada órgão seja feita de forma autónoma.

Só assim o acto eleitoral pode ganhar a relevância que se espera e se promove as melhores escolhas.

É evidente que é possível alegar que o Presidente apresenta um Programa transversal e que a não eleição de todos os órgãos da sua lista pode inviabilizar a execução do respectivo Programa.

Ora tal só é verdade aparentemente, pois tratando-se de órgãos autónomos eles próprios têm que apresentar os seus programas e a sua eleição reflecte uma escolha por um programa que a Assembleia Eleitoral considerou ser o mais adequado às necessidades e integrado numa perspectiva global de gestão da FPB.

Aqui reside a essência dessa autonomia, pelo que não podemos atirar pela janela aquilo que o legislador definiu em termos de gestão da modalidade.

É por isso agora o momento de cada um, e essencialmente os membros da Assembleia Eleitoral,  analisarem os Programas apresentados para a gestão da arbitragem nos próximos 4 anos e fazer a sua opção exclusivamente face às propostas apresentadas, tendo presente que tanto ou mais importante que os programas é a credibilidade e a confiança que os seus proponentes nos transmitem de que vão cumprir com o mesmo e, acima de tudo, o vão fazer num espirito de mudança e dos novos valores que se defendem para o desenvolvimento da nossa modalidade.

E esses valores são, entre outros, o da competência, transparência, imparcialidade, capacidade de ouvir todos os agentes da modalidade e existência de uma visão integrada da arbitragem como factor determinante para o desenvolvimento do Basquetebol.

A modalidade tem um grande desafio pela frente, pelo que as propostas de trabalho das listas concorrentes ao Conselho de Arbitragem são esperadas com grande expectativa.


valdemar cabral