sábado, 13 de dezembro de 2014

O BASQUETEBOL PRIMEIRO

NOVA FASE

Realizou-se hoje a primeira reunião da Direção, recentemente eleita, da FPB com as Associações Distritais, que precedeu a Assembleia Geral para aprovação do Plano de Atividades e Orçamento para 2015.

Não posso deixar de manifestar a minha congratulação pela forma afetiva, motivadora, geradora de consensos e apelativa como o Presidente Prof. Manuel Fernandes apresentou, mais do que o seu plano de ação, a sua forma de atuação.

Parabéns!

A todos nós que estivemos nessa reunião foi lançado o desafio de apoiar, incentivar, colaborar e acompanhar com entusiasmo e sentido de rigor e exigência  todo um trabalho coletivo para que, de facto, possamos colocar o BASQUETEBOL PRIMEIRO.

Mas este não é um trabalho da Direção da FPB mas de todos, cabendo à Direção liderar todo o processo, em colaboração direta com as Associações e demais agentes da modalidade.

Da sua intervenção não posso deixar de destacar a forma como foi abordado o tema "PONTOS ALTOS", a realização do "FORUM" da modalidade no 1º semestre de 2015 e a Regionalização.

E porquê estes pontos?

Pela sua manifesta importância e porque há muito me identifico, e defendo, aquilo que foram algumas das ideias chaves transmitidas a todas as Associações.

  • Os Pontos Altos devem ser isso mesmo - Pontos Altos da modalidade, que todos deve convocar e que não pode passar despercebido no meio social e desportivo envolvente;
  • Não basta abrir as portas do Pavilhão, por uns miúdos ou miúdas a jogar, uns juízes a arbitrar e entregar umas taças;
  • Todos os sectores do jogo se devem envolver para tornar a fase final de uma competição, seja ela qualquer for, num verdadeiro Ponto Alto de dinamização da modalidade;
  • Há muito mais Basket para além do recinto de jogo;
  • Devemos ser excelentes nos pormenores e a falta de meios financeiros não pode ser desculpa para não fazer bem o muito que se pode fazer sem dinheiro, ou com o mesmo investimento;

  • Fórum - Excelente visão daquilo que devem ser os seus objectivos, colocando-o ao serviço do que deve ser a definição de um Plano Estratégico da FPB;
  • Importa realizar Fóruns para mudar e não para manter o que está ou, quando muito, fazer bem o que sempre se fez;
  • A modalidade tem que se abrir, e não ficar fechada em pequenas ilhas, importando ouvir todos e trabalhar todos os sectores da modalidade, sejam desportivos, sociais, empresariais ou da administração pública;
  • Como referiu o Presidente, "mais do que ouvir bem falantes ou quem gosta de se ouvir" importa avaliar, quantificar,  medir e fixar objectivos;
  • Esta é uma boa prática muito vezes distante de quem gere equipas e projectos e que, por vezes, se resguarda num bla bla bla de generalidades e boas intenções, mas sem compromissos quantificados susceptiveis de serem sindicáveis;
 
  • Regionalização – O Basquetebol é um todo e tem que ser solidário. As regiões (entendidas para além do âmbito de cada Associação) têm que pensar a modalidade em permanente parceria e as Associações e os Clubes têm que se posicionar numa perspectiva de ajudar os meios basquetebolísticos mas carenciados.
Em conclusão e como tenho insistentemente defendido, é necessário pensar "fora da caixa" e de uma forma convergente, com gente que mais do que o conhecimento técnico tenha capacidade de inovação, de ser portador de novas mensagens.
 
Não pretender ouvir só o que nos convém, mas sentir que o pensamento critico divergente é fundamental para o desenvolvimento da modalidade.

Sejamos todos capazes de apreender com a metodologia de trabalho proposta pela Direção da FPB e que representa uma efectiva mudança na forma de agir e pensar

e

Consiga a Direcção da FPB manter o seu dinamismo e capacidade de trabalho, e por certo colocaremos o BASQUETEBOL PRIMEIRO.

valdemar cabral

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

ELEIÇÕES F.P.B


CONSELHO DE ARBITRAGEM
 
Foram divulgadas as listas concorrentes aos órgãos sociais da FPB, cuja eleição se realiza no próximo de 8 de novembro.

Face às alterações legais ao regime jurídico das federações desportivas há 2 inovações de principal relevância para o sector da arbitragem,  isto é, o candidato a Presidente da FPB tem que apresentar uma lista completa para todos os órgãos e, por outro  lado, a lista vencedora ao CA assumirá, por completo, o preenchimento de todos os lugares, não havendo mais a aplicação do método de Hondt.

No entanto, apesar de cada candidato a Presidente ter que apresentar uma lista completa a todos os órgãos,  poderiam ter surgido listas independentes a concorrer exclusivamente ao CA, o que não veio a acontecer.

Face a esta situação,  importa reiterar que a  eleição para o CA é  sempre independente e autónoma, pelo que pode a lista que vencer não pertencer a lista do Presidente eleito.

Sobre as alterações legais  haverá sempre quem identifique  vantagens e desvantagens, e mesmo quem não concorde com nenhuma delas.

Na minha opinião, sendo o CA um órgão executivo deve o mesmo ser composto, exclusivamente, pelos elementos da lista vencedora.

Quem ganha deve assumir a responsabilidade de gerir o sistema de arbitragem e por em prática o seu programa.

Só pode assumir a responsabilidade de por em prática o programa da lista vencedora os elementos que o propuseram, não sendo viável, nem justo, que os elementos de uma lista cujo programa não foi escolhido, tenham que trabalhar para  cumprir o programa vencedor ou, mais grave ainda, do ponto de vista democrático, que os elementos da lista não escolhida pretendam depois no CA por em prática o seu programa.

Votada uma estratégia e um programa,  esse deve ser o plano de acção que o CA deve prosseguir e cujo cumprimento os agentes da modalidade devem acompanhar e fiscalizar.

Infelizmente isso tem sido uma miragem na seio da nossa arbitragem, pois a eleição tem-se transformado na passagem de um cheque em branco que cada um gere a seu livre prazer, tudo se justificando na legitimidade do ato eleitoral.

Já coisa diferente é a obrigatoriedade do Presidente da Direcção ter que apresentar uma lista completa a todos os órgãos.

É evidente que isso não invalida a hipótese de listas autónomas, mas seria mais fiel ao principio de  autonomia que a eleição para o CA fosse através de listas autónomas e não  a coberto da candidatura a Presidente.

É por isso importante tornar claro que as eleições são independentes para cada órgão, com excepção para Presidente e Direcção, e que apesar de haver listas completas, nada invalida que a apreciação dos respectivos programas e dos membros candidatos a cada órgão seja feita de forma autónoma.

Só assim o acto eleitoral pode ganhar a relevância que se espera e se promove as melhores escolhas.

É evidente que é possível alegar que o Presidente apresenta um Programa transversal e que a não eleição de todos os órgãos da sua lista pode inviabilizar a execução do respectivo Programa.

Ora tal só é verdade aparentemente, pois tratando-se de órgãos autónomos eles próprios têm que apresentar os seus programas e a sua eleição reflecte uma escolha por um programa que a Assembleia Eleitoral considerou ser o mais adequado às necessidades e integrado numa perspectiva global de gestão da FPB.

Aqui reside a essência dessa autonomia, pelo que não podemos atirar pela janela aquilo que o legislador definiu em termos de gestão da modalidade.

É por isso agora o momento de cada um, e essencialmente os membros da Assembleia Eleitoral,  analisarem os Programas apresentados para a gestão da arbitragem nos próximos 4 anos e fazer a sua opção exclusivamente face às propostas apresentadas, tendo presente que tanto ou mais importante que os programas é a credibilidade e a confiança que os seus proponentes nos transmitem de que vão cumprir com o mesmo e, acima de tudo, o vão fazer num espirito de mudança e dos novos valores que se defendem para o desenvolvimento da nossa modalidade.

E esses valores são, entre outros, o da competência, transparência, imparcialidade, capacidade de ouvir todos os agentes da modalidade e existência de uma visão integrada da arbitragem como factor determinante para o desenvolvimento do Basquetebol.

A modalidade tem um grande desafio pela frente, pelo que as propostas de trabalho das listas concorrentes ao Conselho de Arbitragem são esperadas com grande expectativa.


valdemar cabral

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

NORMAS DE OBSERVAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS JUIZES


APENAS UMA OPINIÃO!

 

A abordagem das normas de observação e classificação de juízes é uma questão muito mais
abrangente e transversal ao sistema de arbitragem, e à modalidade, do que aquilo que muitas
vezes se pretende fazer querer.

Que fique claro que temos um sistema de avaliação do desempenho dos juízes que evoluiu imenso
e que é hoje um factor de mais valia da arbitragem.
Mas não vão longe os tempos em que os juízes eram promovidos por pedidos telefónicos, por
observações que não se conhecia o resultado e/ou que eram anónimas, por fórmulas de cálculo
que não eram divulgadas, pois o resultado das observações de todos os juízes não eram do
conhecimento dos interessados.
Tudo isso é passado, e para tal muito contribuíram alguns que, no seu tempo, também eram
apelidados de serem críticos e de não se conformarem com o sistema reinante.
Mas o que se trata agora é de promover, entre outros temas, uma discussão do sistema de
observação dos juízes à luz do real interesse da modalidade, dos recursos existentes e da
necessária valorização dos juízes e da arbitragem.

Que fique claro para todos que um bom sistema de observação e classificação dos juízes é
essencial para o desenvolvimento da modalidade.
Mas sobre as grandes linhas estratégicas da arbitragem, no que se deve incluir o sistema de
nomeação, avaliação e classificação dos juízes devemos ouvir os árbitros, oficiais de mesa e
comissários técnicos, a ANJB, os DTR´s, a ENB, os clubes, as Associações e a Direção da FPB.
A participação e contribuição de pontos de vista diversos, e com objectivos distintos, por vezes
pode dificultar o processo, mas o resultado só robustece o sistema e coloca-o, de uma forma muito mais sustentada, ao serviço da modalidade.


É nesta perspectiva que pretendo reflectir sobre vários aspectos das “normas”, ficando sempre
aberto aos contributos daqueles que, mesmo discordando, queiram dar a sua opinião.

Algumas realidades concretas relativas à última época que, pelo menos, devem merecer reflexão e têm margem de melhoria:
  • Quem é responsável pelas nomeações de juízes e observadores e acompanha semanalmente as classificações é uma mesma e só pessoa;
  • Nos árbitros internacionais houve quem fosse avaliado 17 vezes e outros 35;
  • Árbitros do mesmo quadro e com nível de competências, desempenhos e classificação
  • semelhantes, uns são avaliados 29 vezes e outros 17;
  • O Presidente do CA viu árbitros do mesmo quadro e nível de competências idênticas 3 vezes e outros nenhuma vez;
  • Há árbitros que subiram à 1ª cat e foram despromovidos sem nunca terem sido observados, ou sequer vistos, pelo Presidente do CA;

Mas o que importa é pensar o futuro e propor a discussão das normas que foram propostas pelo
CA/FPB para as épocas 2014/2015 e 2015/2016, tentando contribuir para a sua melhoria.

1º Deve se definido no seio do CA/FPB a criação de pelouros distintos para a nomeação de juízes e
o sistema de avaliação e classificação, não podendo haver acumulações de funções nos dois
pelouros.

2º O sistema criado nos 2 últimos anos definiu 2 quadros de árbitros nacionais – um de 1ª e outro
de 2ª categoria, sendo os jogos da LPB e Pro-liga arbitrados, exclusivamente, por árbitros de 1ª
categoria.

Consequências:

Um árbitro que durante 2, 3 ou 4 épocas apitou a CNB1 e CNB2 e, actualmente, o CN1ªdiv. vai na
época seguinte arbitrar jogos da LPB, como aconteceu esta época. Trata-se de um salto
inadequado a todos os níveis. Importa criar na arbitragem um espirito de consolidação de
competências capazes de assegurar um nível homogéneo da arbitragem. É facto que as exigências
competitivas são muito baixas e, por isso, tudo até parece que corre bem, mas não é possível
manter uma homogeneidade de critérios num quadro de 36 pessoas.

Um quadro competitivo que necessita de 18 árbitros por semana (na época passada só 15) tem um quadro de 36 árbitros;

Apesar de haver 3 níveis competitivos (LPB, Pro-Liga e CN1ªdiv.) o quadro de árbitros só tem 2
niveis e um árbitro de topo que seja despromovido passa do 1º para o último nível da competição,
isto é, deixa de arbitrar a LPB e passa para o CN 1ª div. A criação de um quadro intermédio deve
ser factor de maior motivação para os juízes, cria dinâmicas diferentes, mantém um mais elevado
numero de juízes em competição classificativa e, por outro lado, permite manter níveis de boa
competição para quem é despromovido.

3º O quadro de árbitros nac. de 2ª cat é de difícil gestão, mas é facto que quanto mais reduzido for o seu número menos hipóteses têm os juízes das regiões onde a modalidade e, naturalmente, a arbitragem está menos desenvolvidas.
Despromover numa época 15% dos árbitros do quadro é uma medida desnecessária e que pode
causar a saída de mais árbitros e a desmotivação em algumas regiões.
Este quadro não pode ser gerido apenas de acordo com as boas intenções e uma perspectiva
administrativista e centralizadora, mas num diálogo permanente com os CAD´s.
Não havendo expectativas sérias de promoção não há motivação para a carreira de juiz e não
podemos cair na tentação de que a promoção é só para os talentosos.
A promoção é uma condição natural na carreira de um árbitro, atingido um razoável nível de
desempenho.
Acresce que, em muitas regiões o que se passa é que esses juízes, independentemente de serem
nacionais ou não, fazem a esmagadora maioria dos mesmos jogos.
Ora se precisamos dos juízes não os devemos desmotivar.
Este quadro deve merecer uma especial atenção e ser gerido em parceria com os CAD´s, pelo
menos com aqueles que têm árbitros nac. 2ª cat ou potenciais candidatos.

4º O árbitro que não faça a prova física no dia marcado tem que ser penalizado.

5º A questão da existência ou não dos quadro de acesso não é um objectivo em si mesmo, mas
sempre foi encarado ao longo dos anos como a ferramenta mais expedita para atingir os mais
diversos objectivos e ter muitos mais juízes empenhados e motivados.

6º Elemento central do sistema de observação dos juízes são os Comissários Técnicos/Observadores.
Esta é uma função muito exigente e que tem sido quase sempre mal acompanhada.
Tem que haver um trabalho sério e eficaz de acompanhamento e formação.
Tem que haver apreciação técnica dos relatórios de observação.
Se é definido um critério de arbitragem, tem que ser validado se os critérios técnicos e de gestão
do jogo fixados estão a ser avaliados pelos Observadores e em que medida.
Mas isto tem que ser um trabalho “profissional”, sério e rigoroso, não vocacionado para
voluntarismos e conversas de rua.

7º Deve-se trabalhar para a definição situações de "Conflito de Interesses" relativamente a juízes,
Comissários Técnicos/Observadores e dirigentes da arbitragem, numa perspectiva familiar,
afinidade, profissional, CAD, etc.
Aquilo a que recentemente me referi como a criação de um Código de Ética da arbitragem,
contempla isso mesmo, a definição das situações enquadráveis numa politica de "Conflitos de
Interesses".

Chegamos, como em tudo, ao aspecto decisivo, as pessoas.

Como muitas vezes ouço dizer, “isso é tudo muito bonito, mas quem faz? Quem paga o trabalho?”.

É verdade que há, essencialmente, uma crise de competências, mas isso não nos deve fazer afastar de ter objectivos claros e lutar por eles, e muitas vezes lembrar que o fazer bem não custa mais.
 
Valdemar cabral

terça-feira, 5 de agosto de 2014

NORMAS DE OBSERVAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS JUIZES


ASSIM, NÃO!

 
Publicou recentemente o CA/FPB as normas para observação e classificação de árbitros e oficiais de mesa para a época 2014/2015.

Associada a essa divulgação, o CA pretendeu passar a imagem de uma grande decisão para o desenvolvimento da modalidade, alicerçada em princípios de transparência e motivação dos juízes e numa ampla discussão com os interessados.

Se o documento, em si mesmo, já é passível de criticas, a forma como o processo foi gerido ultrapassou os mais elementares princípios do diálogo construtivo e de participação de todos os agentes na elaboração de documentos estratégicos da modalidade e, em particular da arbitragem, o que originou uma tomada pública de posição no lugar e momento próprio.

Nessa altura ficou a promessa de voltar ao assunto, o que faço agora como a única forma de poder contribuir para a melhoria de funcionamento do setor da arbitragem e das normas em que se deve suportar.

O documento apresentado tem que ser analisado pelo seu conteúdo e objectivos mas, também, no enquadramento do momento atual da arbitragem e da modalidade, e na metodologia adoptada pelo CA/FPB.

Para tal, nada melhor do que analisar a verdade indesmentível dos factos, e a sua evolução ao longo dos tempos, deixando que as conclusões possam ser retiradas pelos leitores e, fundamentalmente, pelos juízes.

A - Enquadramento e metodologia

1. No Protocolo celebrado entre a FPB e a ANJB ambas as partes assumiram o compromisso de

"colaborarão em todas as actividades relacionadas com a modalidade,
que possam ter a ver com o interesse de ambas,
bem como enviarão à outra parte todos os documentos que lhes possam convir".
 
Nesta matéria, como noutras, não houve qualquer troca de ideias ou espírito de colaboração, não tendo as normas sequer sido remetidas para a ANJB;
2. Em reunião de CAD´s com o CA/FPB realizada em 9/09/2012 foi manifestado pelos CAD´s o seguinte entendimento:

"nas Normas deverão ser vertidas as opiniões dos CAD’s e que os juízes não devem estar sujeitos à mudança e à flexibilização dos quadros, não devendo as despromoções parecer ser a base do modelo ideal. Mais foi afirmado que, com a futura extinção do QA à 1ª categoria, o regime de classificações não será imparcial, dado o quadro de observadores não ser suficientemente homogéneo, sendo maior o grau de subjetividade".

Já nesta data os CAD´s manifestavam as suas criticas ao modelo sugerido pelo CA e apontavam concretamente três situações:

    • Necessidade de ouvir a opinião dos CAD`s;
    • Não sujeitar os juízes a constantes alterações de normas;
    • Com a extinção do quadro de acesso à 1ª categoria o sistema não será imparcial sendo maior o grau de subjetividade;
Ora o CA fez rigorosamente o oposto em todos os aspectos, isto é, não ouviu os CAD´s, fez mais uma alteração às normas de observação e classificação dos juizes e não acautelou os aspecto de imparcialidade com a extinção daquele quadro de acesso.

 
3. O documento foi divulgado no ultimo dia da última época do mandato do atual CA/FPB, estando as eleições marcadas para Setembro próximo (ou novembro, em caso de adiamento).

É certo que a modalidade e a arbitragem não podem parar enquanto decorre o processo eleitoral, mas a arbitragem somos todos nós, e não só o CA, por isso mais relevante se tornava a participação alargada de CAD´s e juízes.

O documento seria debatido por todos, o que o tornaria mais robusto pois estava alicerçado na discussão aberta entre todos os primeiros responsáveis pela arbitragem nacional.

 
4. Dizem alguns que, de facto, neste ou naquele aspecto poderia o CA ter actuado doutra forma, mas que no futuro as coisas podem mudar.

Desenganem-se!

Esta forma de atuar do CA constitui o seu próprio "ADN".

Quando diretamente questionado sobre a pouca abertura e falta de aceitação de ideias propostas pelos CAD´s, o CA/FPB em reunião afirma:

"ganhamos as eleições para por em prática as n/ ideias e
quem tem outras ideias que concorra às próximas eleições".

Mais ainda, quanto à não discussão dos documentos estruturantes da arbitragem, o CA afirma que isso não é feito porque o que os CAD´s queriam era conhecer as propostas para depois as criticarem.

Estamos esclarecidos.

 
5. Por isso, este é o momento de procurar convergências, de ter capacidade de liderança para um processo que convoque todos para podermos superar as grandes dificuldades da modalidade.

A arbitragem tem que ter a capacidade de se abrir e ouvir a opinião de todos.

Durante muitos anos formamos os juízes, e bem, numa ótica de prestadores de serviço de qualidade à modalidade, que como tal teriam que ter uma postura de rigor e profissionalismo.

Os juízes responderam afirmativamente.

Agora é tempo de quem vier a dirigir a arbitragem ter a capacidade de entender que a prestação de serviço tem um cliente e que este tem obrigatoriamente que ser um parceiro nas decisões estratégicas, tal como os juízes e toda a estrutura da arbitragem.

Temos que procurar canais de comunicação válidos e enriquecedores, que tragam para o nosso seio novas competências e novos horizontes, que lancem desafios de superação, pois só assim verdadeiramente podemos evoluir.


Voltaremos em breve, analisando as alterações às normas de observação e classificação dos juízes.
 
valdemar cabral

sábado, 5 de julho de 2014

ELEIÇÕES


Sou Delegado a Assembleia Geral da F.P.B.

 
Não o podendo fazer mais cedo, quero por este meio transmitir o meu sincero agradecimento a todos os árbitros, oficiais de mesa e comissários técnicos que, de Bragança à Ilha Terceira, me manifestaram o seu apoio.

OBRIGADO!

Muito me honra ser o delegado mais representativo da arbitragem nacional, pois para a minha eleição contribuíram juízes de 15 das 21 Associações de Basquetebol.

Estas eleições foram um momento alto de afirmação da arbitragem, tendo votado 322 juízes, o que significa que foi o setor da modalidade mais participativo nestas eleições.

Mantivemos durante todo o processo eleitoral a postura ética que qualquer juiz, comissário ou dirigente deve ter em qualquer circunstância da sua vida desportiva, para poder continuar a ser credor do respeito e consideração necessários junto de todos os juízes e agentes da modalidade.

Mas o que importa, agora, é falar do futuro.

Todos poderão contar com o meu empenho, disponibilidade e sentido de missão para trabalhar em prol da arbitragem, muito especialmente no sentido da criação de um sistema de gestão da arbitragem em que se afirmem os valores da ética, do compromisso, do rigor e da transparência  ao serviço da modalidade e de todos os juízes, independentemente da sua região.
 
 
valdemar cabral

quarta-feira, 21 de maio de 2014

REGULAMENTOS DE ARBITRAGEM


Oportunidade perdida..
 

Através do Com. nº 40-CA/FPB, de 19 de Maio, foi tornado público que a Direção da F.P.B. aprovou a revisão dos Regulamentos Geral e Disciplinar da Arbitragem, em vigor há mais de 35 anos.

São, de facto, dois documentos importantes para o setor da arbitragem e para os juízes e que, como tal, devem merecer a especial atenção da estrutura da arbitragem e de todos os árbitros, oficiais de mesa e comissários técnicos.

O conteúdo técnico dos referidos regulamentos, bem como a oportunidade  da sua aprovação, é matéria que pode, e deve, merecer alguma reflexão, sendo no entanto de manifestar total concordância com o facto de os regulamentos atribuírem ao CA/FPB a competência disciplinar sobre os atos, ou omissões, dos juízes que possam, à sua luz, ser censuráveis.

No processo que conduziu a aprovação daqueles documentos, desconhece-se, em absoluto, qual o grau de participação e responsabilidade do CA/FPB, mas atento o seu comunicado onde refere que
"o CA da FPB congratula-se com o objetivo desta tarefa, pelo facto de se ter conseguido voltar a recentrar no próprio sector da Arbitragem aquilo que a ele efetivamente pertence",
fácil é de depreender do seu pleno envolvimento e, porventura, iniciativa, em todo este processo.
Mas mais importante do que as soluções encontradas é a análise da metodologia adotada, pois a mesma não pode deixar de transmitir a forma de estar e pensar a modalidade e, em particular, a arbitragem.

De facto, perdeu-se mais uma oportunidade para promover a participação da estrutura da arbitragem e dos juízes num debate que a todos interessa e de que só resultaria, por certo, um maior envolvimento e co-responsabilidade de todos e o fortalecimento das soluções encontradas.

Não devemos ter receio da participação dos CAD´s e de todos os juízes, através da sua associação, em tudo o que diga respeito ao Basquetebol e à arbitragem em particular, devemos antes considerar que tal é um direito inalienável e um dever daqueles que têm sob a sua responsabilidade a gestão do sistema da arbitragem.

Mais se estranha esta atitude quando o CA/FPB refere que se tratou de "um trabalho algo moroso".

Se assim foi, não há, aparentemente, nenhum motivo para que o envolvimento das partes interessadas em todo este processo não tenha ocorrido.

Não invocando outro tipo de princípios que devem orientar uma gestão das causas públicas, como a arbitragem o é, basta referir o que estatutariamente está previsto no que se refere à competência do Conselho de Arbitragem
"Assegurar, em articulação com os Conselhos de Arbitragem das Associações Distritais e Regionais a coordenação da gestão do sistema da arbitragem em todo o território nacional "
- al. d) artº 43º dos Estatutos da FPB.

Por isso, e porque o que importa é debater e contribuir para a melhoria da arbitragem nacional pergunta-se:

Tratando-se de um documento tão estruturante de um setor tão especifico e sensível não seria recomendável, e até exigível, que os CAD´s tivessem sido envolvidos neste processo de revisão?

Por razões de legalidade, pensamento democrático e bom senso, não seria de ouvir a ANJB, enquanto entidade representativa dos juízes?

É por isso que há muito defendo o reforço das competências da Assembleia Geral da F.P.B. único fórum capaz de promover, de forma transversal, a participação de todos os agentes nas questões fundamentais da modalidade e de garantir a plena democratização de processos e das soluções para o desenvolvimento da modalidade.

Só a participação envolvente pode motivar todos os agentes para um processo de evolução do basquetebol e da arbitragem em particular.

Ao limitar-se a participação à divulgação de informação institucional estamos a criar um "gap" entre a gestão da arbitragem e os juízes, e os seus órgãos representativos, e a por em risco o compromisso e o sentido de envolvimento que deve existir entre os juízes e a sua estrutura dirigente, seja ela nacional ou regional.

Na era do digital não é possível impedir a comunicação e discussão de qualquer assunto. 

Se aos juízes e às estruturas representativas não se disponibiliza o espaço interno de discussão para poder contribuir para as decisões que afeta o sector, é muito provável que esse debate se faça através de canais externos, o que poderá ter então inconvenientes para a imagem da própria modalidade.

Pena que se percam tantas oportunidades para promover o envolvimento e participação de todos naquilo que é o amor que nos une - a arbitragem do Basquetebol.

 

Valdemar Cabral

domingo, 11 de maio de 2014

ELEIÇÃO DE DELEGADOS ASSEMBLEIA GERAL DA F.P.B.

SOU CANDIDATO


Está aberto o processo eleitoral para a constituição da Assembleia Geral da FPB, para o quadriénio 2014-2018.
 

Este processo eleitoral é uma oportunidade para, aos mais diversos níveis, se apresentarem propostas, se discutirem soluções e, de uma forma participativa e inovadora, todos contribuírem para um novo impulso na nossa modalidade.

A Assembleia Geral da F.P.B., enquanto órgão máximo da modalidade, tem que ser o motor desse impulso e o fórum onde se debata e aprove a politica de desenvolvimento e as estratégias a prosseguir, cabendo aos diversos órgãos executivos promover os meios para a sua persecução e permanente adequação às necessidades competitivas e à valorização do jogo em todas as suas vertentes.

Neste sentido, decidi candidatar-me ao lugar de Delegado, a eleger pelos Juízes.
 
Candidato-me porque considero que reúno todas as condições para poder representar os juízes e contribuir para um trabalho que, sendo colectivo, tem que ter elementos de referência, com competência, provas dadas  e capazes de motivar e gerar consensos com todos os agentes da modalidade

Por outro lado, faço-o porque entendo que:

  1. Os juízes têm que ter uma voz ativa e inovadora que intervenha numa perspectiva global na defesa dos interesses da arbitragem, enquanto factor determinante do sucesso do jogo e do seu desenvolvimento;
  2. É necessário pensar o Basket, reconhecendo todos os aspetos positivos mas também que há um longo e difícil caminho a percorrer se quisermos que o basquetebol seja uma modalidade de maior referência no desporto nacional;
  3. É imperioso dar um passo qualitativo no modelo de gestão da arbitragem, definindo  objetivos e metas, áreas de responsabilidade e responsáveis, modelos e meios de gestão;
  4. É tempo de novas propostas, novas perspectivas e novos métodos de trabalho, devendo todo e qualquer órgão de gestão assumir compromissos, metas e resultados, para que perante eles se possa avaliar a atividade desenvolvida, corrigir processos e promover a melhoria continua da gestão do Basquetebol.

Oportunamente dirigir-me-ei a todos os juízes apresentando-lhes aquilo que considero serem as linhas de orientação do meu mandato e que espero venha a merecer o seu apoio, condição indispensável para que se possa tornar uma realidade.

Valdemar Cabral

sábado, 19 de abril de 2014

DIRETOR TÉCNICO ARBITRAGEM


FERNANDO ROCHA
 
 
Após a minha última reflexão neste espaço, foi-me colocado o desafio de ir um pouco mais além e apontar medidas concretas para a melhoria do desenvolvimento da arbitragem.

Compreendo esse ponto de vista e ele está no meu objetivo.

No entanto, a minha sensibilidade e experiência diz-me, há muito, que o problema essencial é de visão, definição de objetivos e de capacidade de mobilização e não de ideias avulsas e sempre desgarradas do todo que é o Basquetebol.

Todas as ideias têm que assentar em objetivos concretos e as pessoas que as possam executar, devidamente enquadradas na estratégia que venha a ser definida.
 
Por isso, o que para mim é essencial são os aspetos subjectivos e de valores, e a eles me tenho referido de forma mais persistente, quer neste espaço quer nas escassíssimas oportunidades em que se fala de arbitragem, designadamente nos clinics da ANJB.

Isso não invalida o reconhecimento da necessidade de concretizar algumas ideias e a forma de as implementar, o que irei fazendo "step-by-step"

Uma ideia chave já defendida, e devidamente concretizada, é a absoluta necessidade de alterar os Estatutos da FPB no que concerne à organização da arbitragem, proposta que considero essencial para se dar um passo em frente no envolvimento de Treinadores, Jogadores e Dirigentes na procura das melhores soluções para o desenvolvimento sustentado da arbitragem.

Dando mais um passo, é imperioso criar o lugar de Diretor Técnico para a Arbitragem (DTA) e ressuscitar um ideia de há mais de 20 anos, mas deixada ao abandono não se sabe bem porquê, que é a criação do Corpo Técnico Nacional da Arbitragem (CTN).

Temos em Portugal do melhor que há no mundo conhecido para o desempenho dessas funções, isto é, pessoa com reconhecida capacidade técnica, disponibilidade para o efeito, espírito de colaboração, bom senso, capacidade de gerar consensos e, acima de tudo, humildade e capacidade de trabalho em prol dos outros.
 

Não há qualquer hipótese de, no quadro actual e nos próximos anos, pensar o desenvolvimento da arbitragem que não seja envolvendo pessoas com aqueles predicados e para mim não há dúvidas de que só existe uma pessoa - o árbitro FERNANDO ROCHA.
 

Com ele seria definido o CTN o qual não deveria ter mais do que 5 elementos representando os 3 setores da arbitragem:

Árbitros, Oficiais de Mesa e Comissários Técnicos.

O DTA e o CTN, enquadrados na estratégia do CA/FPB, apresentariam um programa de ação que, se aprovado, asseguraria em direta colaboração com os CAD´s a execução assente em 3 vertentes:
  • Captação e formação de novos juízes;

  • Programas de formação contínua regional e nacional;

  • Divulgação de orientações e recomendações técnicas.

Este é um pequeno e simples passo que depende, exclusivamente, da vontade de quem propõe e da disponibilidade do nomeado para aceitar, mas que significaria, indubitavelmente, um grande avanço para a arbitragem.

Vamos analisando, discutindo e definindo cada peça do puzzle e, no fim, juntemos as peças e talvez tenhamos dado um forte contributo para a nossa modalidade.

 

Valdemar cabral