terça-feira, 30 de julho de 2013

PAPA RIO JANEIRO


O JOVEM PAPA FRANCISCO 

 
Na cultura do promissor e do relativo, muitos dizem que o importante é curtir o momento, que não vale a pena fazer escolhas definitivas para a vida. 
 

Em vista disso, peço que vocês sejam revolucionários.

Peço que vocês remem contra a corrente.

Peço que se rebelem contra esta cultura do provisório, que no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades.

Tenho confiança em vocês, jovens.

Tenham coragem de ir contra a corrente", pediu o Papa


É bom que estas palavras sejam por todos nós interiorizadas e façamos delas uma oportunidade de reflexão.

Numa época de crise de valores, em que o facilitismo, sucesso imediato e o materialismo muitas vezes se sobrepõem aos interesses coletivos, impõe-se que quem tem as responsabilidades de dirigir equipas, projetos ou atividades assuma uma atitude de verdadeira liderança, e não de chefe, e, nesta medida, seja revolucionário, “remando contra a maré”.

É isso que se espera de todos os jovens, independentemente da idade, pois a juventude é um estado de espírito.

Valdemar cabral

 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carreira de Arbitragem

Árbitro de Basquetebol – uma carreira

Os sucessos alcançados pelos árbitros internacionais portugueses nesta última semana, e a que somam outros de grande relevo nos últimos tempos, devem ser registados como exemplos para dinamizar a figura do
árbitro e, acima de tudo, a carreira da arbitragem como uma via de realização pessoal dos jovens juizes.


A questão que se coloca é como é que através dos sucessos alcançados podemos dinamizar a figura do árbitro e do oficial de mesa e motivar os jovens para a arbitragem, vendo esta como uma carreira desportiva suscetível de consagrar o sucesso pessoal de cada um deles.

Bastarmo-nos com a notícia e a congratulação do êxito é muito pouco e é desperdiçar uma oportunidade de dinamização e valorização da arbitragem numa verdadeira visão nacional.

O reconhecimento público aos nossos árbitros internacionais, a notoriedade nacional e internacional alcançada, o respeito e admiração que lhes é concedido e a indicação dos seus nomes como exemplos de sucesso individual são valores que devem ser transmitidos aos jovens e que deverão servir de alimento à carreira de arbitragem que eles assumiram.

O sucesso tem que ser motivador para os jovens árbitros e oficiais de mesa e consagrado como algo que só é atingido com trabalho, competência, dedicação e humildade.

É importante demonstrar aos jovens que ser juiz de basquetebol consagra a possibilidade de uma carreira de sucesso e que vale a pena trabalhar para alcançar o êxito pois, como alguém referiu, “Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam”Henry Ford.

Mas para tal, todos os que têm responsabilidades na arbitragem, e especialmente as Associações e os seus CAD´s, pois são quem está na génese do processo formativo e a quem é confiada, em 1ª mão, a ingrata missão de cativar, promover e reter valores para a arbitragem, têm que desenvolver um trabalho profícuo para implementar uma gestão pró-ativa da carreira de árbitro e oficial de mesa.

Não bastam palavras, é necessário ações que promovam no juiz e no sistema de arbitragem valores de motivação e desenvolvimento pessoal e desportivo.

Que valores nós, dirigentes, devemos incentivar, desenvolver e incutir nos nossos jovens árbitros e oficiais de mesa?

ü                Autoconsciência - O juiz tem que interiorizar que lhe compete decidir, assumir a opção que deseja e trabalhar com esse objetivo. O juiz deve “agir” em vez de “reagir”. Esta interiorização da sua capacidade de decisão, liberta-o perante a crise e a dificuldade. Por ventura essa autoconsciencia pode conduzir ao seu afastamento por opção consciente e querida, mas ganharemos muito mais com os que ficam porque são, por certo, determinados e muito mais identificados com a opção de ser árbitro ou oficial de mesa.

ü                 Positividade – Temos que fazer com que os jovens juízes acreditem no futuro e no sucesso, promovendo um relacionamento com todos os agentes de forma positiva, pois só assim se mobilizam para, apesar dos obstáculos que possam surgir e dos insucessos, atingirem o seu objetivo.

ü                Criatividade– Os juízes devem ser criativos no seu trabalho e não ficarem presos à rotina. A criatividade leva à inovação e esta torna mais rico o desempenho e a vontade de vencer.

ü                Desafio – Uma carreira de arbitragem torna-se aliciante à medida que os dirigentes forem capazes de lançar desafios e metas e o juiz trabalhar para os alcançar. Objetivos e metas que devem ser concretos e credíveis, e reconhecidos quando atingidos. Confrontado com novos desafios e novas oportunidades o juiz supera-se a si próprio e nessa medida desenvolve-se e mobiliza-se para novos e mais difíceis obstáculos.

ü                 Compensação – Para tornar uma carreira aliciante importa valorizar as compensações, mas fazê-lo com criatividade e numa atitude positiva. Importa demonstrar ao jovem juíz as vantagens da carreira de arbitragem, assumindo os dirigentes uma atitude realista, concreta e positiva e não serem, por vezes, os primeiros arautos da desgraça.

Que compensações o sistema de arbitragem potencializa? 

  
  • Integração e desenvolvimento  social mais rico e diferenciado;
  • Reconhecimento público, notoriedade, espírito de pertença a uma modalidade de sucesso e de relevante expressão nacional e internacional;  
  • Conhecimento de novas gentes e locais, a nível nacional e internacional; 
  • Meio de desenvolvimento pessoal; 
  • Participar em momentos altos da modalidade; 
  • Prémios de jogo em função da sua evolução na carreira da arbitragem, mas que têm sempre que ser encarados como meros incentivos e nunca como remuneração.
 
Outras formas de encarar a arbitragem podem haver, mas num momento de crise financeira e de valores, corremos o risco de esta ser a única via para promovermos a arbitragem e trabalharmos para o desenvolvimento da modalidade.

valdemar cabral





sexta-feira, 19 de julho de 2013

CAMPEONATO NACIONAL 1ª DIVISÃO

O NOVO CAMPEONATO NACIONAL 1ª DIVISÃO


Conforme foi tornado público através do Com. nº 237- 2012/2013 – FPB, de 24 de abril, foi criado o Campeonato Nacional de 1ª Divisão – masculino, com a integração de todas as equipas que disputavam, ou iriam disputar, os extintos campeonatos da CNB1 e  CNB2.
Importa reconhecer que se concretizou mais uma iniciativa no sentido de inovar e desenvolver o Basquetebol, sendo determinante não perder este apelo à mudança e tomar as medidas necessárias para que a nova competição seja um êxito e reforce o quadro competitivo nacional.
O sucesso desta nova prova, como das restantes, depende da capacidade e competência de todos os agentes que nela intervêm.
Há, acima de tudo, um problema de atitude que deve ser revisto, pois a todos compete promover e divulgar a modalidade em espírito de equipa e de coesão, não havendo lugar a ilhas de competência reservada e a interesses particulares, mas sim a uma comunhão de esforços no sentido de promover as competições nacionais como um produto que se vende e cujo preço será sempre a contrapartida da nossa capacidade de mobilização e organização.
Todos temos que conhecer as dificuldades e partilhar esforços sabendo que acima de tudo está a defesa do desenvolvimento do Basquetebol.
Com a criação desta nova competição, e sem ignorar que outras áreas há que merecem apreciação, há dois aspetos que, de uma forma clara, criativa e adequada à realidade sócio desportiva, devem, ou pelo menos deviam, ser equacionados e discutidos, isto é, a organização da competição e o sistema de arbitragem.

1. Organização - No que se refere à organização da competição e dos jogos torna-se absolutamente necessário fazer apostas sérias em vários aspetos:

  • Todos os clubes devem encarar a competição como a integração num projeto coletivo que a todos interessa, tendo perante a competição, e cada jogo, uma postura de responsabilidade e empenho, começando por fazer de forma excelente tudo que não depende das maiores ou menores capacidades financeiras;
  • Calendarização dos jogos em função da promoção do jogo-espetáculo, tendo em consideração as calendarizações de outros campeonatos e, até de outras modalidades, criando rotinas de horários de jogos por forma a promover uma maior identificação do público com as equipas;
  • Promoção dos jogos junto da comunidade local, por forma a que cada jogo seja um acontecimento e um espetáculo desportivo de interesse geral;
  • Não descorar as condições de acolhimento e de respeito pelo público, promovendo o espetáculo através diversão musical antes e nas paragens de jogo, apresentação de equipas, quadros de informação eletrónica para o público, etc;
2. Sistema de arbitragem – de uma forma algo incompreensível, os clubes têm-se desprendido do sistema de arbitragem, limitando-se a discutir apenas aspetos quantitativos e menos os aspetos qualitativos e de evolução de arbitragem e do jogo. Resolvida a questão de pagar menos, o resto parece não ser relevante. Ora tal atitude, nesta como noutras competições, não é a melhor para o sucesso da competição.


  • Os clubes, fundamentalmente os Treinadores, têm que participar ativamente na preparação das épocas transmitindo a sua própria opinião sobre a arbitragem no jogo e o seu reflexo no sucesso da competição;
  • Têm que se criar compromissos que inovem e salvaguardem a imagem de cada um perante a competição, o público e a comunicação social, designadamente em termos de apresentação, atitude, comportamento e comunicação entre os vários agentes e, essencialmente, entre dirigentes, treinadores e juízes;
  • Os clubes terão que se empenhar mais na definição dos sistema e critérios de arbitragem, e menos nos custos a suportar, pois estes são o reflexo daqueles. Importa definir o que se quer, como se quer e depois acompanhar a sua execução;
  • A arbitragem deve manifestar uma abertura de pensamento assente na promoção do jogo e nas reais possibilidades de investimento e na otimização dos recursos escassos disponíveis. Nem tudo o que se deseja se alcança, mas só o sonho da inovação promove a evolução, e sem esse sonho não deixaremos de marcar passo. É tempo de abandonar o apelo chavões vazios de qualquer conteúdo como “filosofia e perspetiva da arbitragem moderna”, invocarreformas” que se não concretizam e apelar a conceitos de “sustentabilidade” que não se praticam.

A reforma de pensamento e de atitude é a principal forma de alcançar o sucesso que a nova competição exige e o Basquetebol necessita, mas para isso é necessário que cada um reconheça, com humildade, que só juntos alcançaremos o sucesso e que o Basquetebol é o mais importante.

valdemar cabral

sábado, 13 de julho de 2013

PROGRAMA POTENCIAIS TALENTOS 2013/2014

Foram recentemente divulgados os procedimentos e critérios para a constituição do quadro de árbitros “Potenciais Talentos” para a época 2013/2014.

Sendo sempre de louvar a manutenção de um programa de formação de inegável interesse, não podemos deixar de referir que se torna necessário que este programa, como muitos outros, tenha uma evolução programática ao nível dos conteúdos e das metodologias, pois mantém-se praticamente inalterável desde a sua criação, há mais de 10 anos.

Porque entendemos que o contributo de todos para a melhoria do sistema de arbitragem deve ser sempre considerado como bem vindo, não podemos deixar de partilhar o que consideramos serem aspetos que merecem alguma reflexão e, por ventura acolhimento, pois como refere Albert Einstein  A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original” .

Como contributo para essa reflexão e eventual melhoria do programa dos Potenciais Talentos, partilho algumas ideias que, por ventura, podem ser integradas num “refrescamento” que importa fazer neste programa.
  1. Ambição numa formação mais pró-activa, com recurso às novas tecnologias, encarando este projeto como um meio de auto formação e, nesta medida, também financiado pelos próprios participantes. Para este financiamento, temos que ser criativos, imaginativos e, acima de tudo, ser capazes de romper com ideias feitas, mas tal só é possível se pugnarmos por uma política em que o investimento público e privado feito na arbitragem das competições tiver também como finalidade a formação dos juízes. Há muitas sugestões que podem ser implementadas sem aumento de  custos, assim se queira quebrar tabus e dar uma nova filosofia a arbitragem, essencialmente nos escalões de formação.
  2. Envolver os CAD´s na definição e fases de implementação do programa, tornando-os efetivos parceiros e não ostensivamente colocados fora do seu desenvolvimento, nunca sendo chamados a pronunciar-se sobre a sua prática e implementação ao longo da época. Um árbitro regional integrado no quadro dos Potenciais Talentos deixa de ter o seu CAD como o referencial do sistema de arbitragem, passando, pelo contrário, a ser ele o veículo de informação do que se passa no programa e que tenha interesse para o seu CAD, isto é, passa a haver uma inversão dos canais de informação com prejuízos evidentes para o programa e para a arbitragem.
  3. Imparcialidade de tratamento entre todos os árbitros. De facto, e nos termos dos procedimentos divulgados, não podem os CAD´s de todo o país em conjunto indicarem os juízes para prestar provas tendo em vista o preenchimento de 6 vagas e o CA/FPB indicar outros 6 árbitros isentos de provas. De acordo com este critério todas as Associações concorrem para 6 vagas, o que significa que as basquetebolisticamente mais desenvolvidas preenchem essa vagas e depois o CA completa o quadro com mais 6 vagas. Não seria mais claro e justo que todos os árbitros concorressem em pé de igualdade prestando todos provas e os 12 melhores classificados preencheriam as vagas? É evidente que sim. Sem prejuízo deste critério de igualdade de tratamento entre todos os árbitros indicados para o quadro dos Potenciais Talentos, pode haver outros critérios para incentivar a participação de árbitros de Associações onde o basquetebol esteja menos desenvolvido, como por exemplo a constituição de grupos de Associações e a fixação do número de vagas para cada grupo.Tudo é possível para conjugar os esforços de desenvolvimento da arbitragem nas regiões mas desfavorecidas, sem perda da transparência e, acima de tudo, rompendo com critérios subjetivos que conduzem à personalização das escolhas.
  4. Optar por uma clara filosofia de formação no programa dos Potenciais Talentos é não de promoção de árbitros. Este é o sentir expresso dos CAD´s e que não tem merecido acolhimento. Não pode ser aceite que a FPB invista num sistema de promoção de árbitros com dezenas de observações a nível nacional para ter como resultado a promoção de 2 candidatos e do programa dos Potenciais Talentos sejam promovidos 3, 4 ou mais árbitros, nunca sendo esse número previamente fixado. Entende-se que o programa tenha que ter um prémio para distinguir a competência, mas tem que ser a título excecional e previamente fixado isto é, por exemplo, dizer previamente que o árbitro melhor classificado é promovido à categoria de nacional. Fazer o contrário é reconhecermos que não confiamos no sistema de promoção cuja conceção, regras e gestão é da absoluta responsabilidade do CA/FPB
  5. Urge abrir janelas ao pensamento, substituir o pessimismo dos “porquês” pela esperança do “porque não” e admitir que juntos sempre chegaremos mais longe. Não está em causa a bondade da intervenção do CA, mas também não pode estar em causa a bondade dos critérios defendidos pelos CAD´s e muitos juízes.

Nunca é tarde para arrepiar caminho e trabalhar na busca das melhores soluções, bastando proporcionar espaço de debate para definir as melhores soluções para o desenvolvimento da arbitragem nacional.


Valdemar Cabral

terça-feira, 9 de julho de 2013


Míni básquete – A Festa



No passado fim de semana Paços de Ferreira foi a capital do Basquetebol português, tendo-se disputado no curto espaço de 32 h, 64 jogos de míni basquete entre as seleções representativas de 14 Associações.

Em 2 dias, cerca de 200 atletas e 32 juízes “jogaram” basquete durante, aproximadamente, 2.700 minutos, o que só por si é já um sucesso. 


Árbitros e Oficias de Mesa
Houve alegria de vitória e lágrimas de insucesso, mas acima de tudo houve a cultura de alguns valores que importa reter, pois só eles podem garantir que o futuro, de curto e médio prazo, seja de sucesso.

Uma primeira nota para o espírito de confraternização e de salutar competição que imperou em todos os jogos, não havendo qualquer atitude de menor violação da ética e das normas de respeito que deve imperar entre todos os participantes, designadamente com os árbitros e oficiais de mesa.


Por outro lado, ao assumir-se que face a alguns resultados de grande desequilíbrio (mais de 50 pontos) o quadro de marcação assumia o resultado de 0-0, os participantes mantiveram sempre vivo o espírito de vitória e um bom nível competitivo, indiferentes ao resultado.

A constituição obrigatória de equipas mistas foi, também, um exemplo para solidificar princípios educacionais de plena igualdade de género que importa realçar, pois rapazes e raparigas demonstraram um envolvimento lado a lado no jogo o que os prepara, por certo, para uma nova sociedade onde a igualdade entre homens e mulheres se afirme como uma realidade solidamente assumida e não superficialmente defendida.

Espirito formativo
Finalmente os juízes presentes tiveram, a todos os níveis, uma postura exemplar quer no domínio técnico quer no domínio comportamental, assumindo o seu desempenho com bom senso e sentido de formação face a jovem atletas em estado de desenvolvimento.

Estes jogos foram um exemplo para todos, exigindo-se que esta competição seja encarada como um ponto alto da modalidade, que todos deve motivar e convocar para um trabalho de apoio e incentivo aos jovens atletas, árbitros e oficiais de mesa que apenas querem ter a alegria de jogar Basket.

Negar-lhes o nosso apoio é não compreender as razões desta competição.

Valdemar Cabral