quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carreira de Arbitragem

Árbitro de Basquetebol – uma carreira

Os sucessos alcançados pelos árbitros internacionais portugueses nesta última semana, e a que somam outros de grande relevo nos últimos tempos, devem ser registados como exemplos para dinamizar a figura do
árbitro e, acima de tudo, a carreira da arbitragem como uma via de realização pessoal dos jovens juizes.


A questão que se coloca é como é que através dos sucessos alcançados podemos dinamizar a figura do árbitro e do oficial de mesa e motivar os jovens para a arbitragem, vendo esta como uma carreira desportiva suscetível de consagrar o sucesso pessoal de cada um deles.

Bastarmo-nos com a notícia e a congratulação do êxito é muito pouco e é desperdiçar uma oportunidade de dinamização e valorização da arbitragem numa verdadeira visão nacional.

O reconhecimento público aos nossos árbitros internacionais, a notoriedade nacional e internacional alcançada, o respeito e admiração que lhes é concedido e a indicação dos seus nomes como exemplos de sucesso individual são valores que devem ser transmitidos aos jovens e que deverão servir de alimento à carreira de arbitragem que eles assumiram.

O sucesso tem que ser motivador para os jovens árbitros e oficiais de mesa e consagrado como algo que só é atingido com trabalho, competência, dedicação e humildade.

É importante demonstrar aos jovens que ser juiz de basquetebol consagra a possibilidade de uma carreira de sucesso e que vale a pena trabalhar para alcançar o êxito pois, como alguém referiu, “Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam”Henry Ford.

Mas para tal, todos os que têm responsabilidades na arbitragem, e especialmente as Associações e os seus CAD´s, pois são quem está na génese do processo formativo e a quem é confiada, em 1ª mão, a ingrata missão de cativar, promover e reter valores para a arbitragem, têm que desenvolver um trabalho profícuo para implementar uma gestão pró-ativa da carreira de árbitro e oficial de mesa.

Não bastam palavras, é necessário ações que promovam no juiz e no sistema de arbitragem valores de motivação e desenvolvimento pessoal e desportivo.

Que valores nós, dirigentes, devemos incentivar, desenvolver e incutir nos nossos jovens árbitros e oficiais de mesa?

ü                Autoconsciência - O juiz tem que interiorizar que lhe compete decidir, assumir a opção que deseja e trabalhar com esse objetivo. O juiz deve “agir” em vez de “reagir”. Esta interiorização da sua capacidade de decisão, liberta-o perante a crise e a dificuldade. Por ventura essa autoconsciencia pode conduzir ao seu afastamento por opção consciente e querida, mas ganharemos muito mais com os que ficam porque são, por certo, determinados e muito mais identificados com a opção de ser árbitro ou oficial de mesa.

ü                 Positividade – Temos que fazer com que os jovens juízes acreditem no futuro e no sucesso, promovendo um relacionamento com todos os agentes de forma positiva, pois só assim se mobilizam para, apesar dos obstáculos que possam surgir e dos insucessos, atingirem o seu objetivo.

ü                Criatividade– Os juízes devem ser criativos no seu trabalho e não ficarem presos à rotina. A criatividade leva à inovação e esta torna mais rico o desempenho e a vontade de vencer.

ü                Desafio – Uma carreira de arbitragem torna-se aliciante à medida que os dirigentes forem capazes de lançar desafios e metas e o juiz trabalhar para os alcançar. Objetivos e metas que devem ser concretos e credíveis, e reconhecidos quando atingidos. Confrontado com novos desafios e novas oportunidades o juiz supera-se a si próprio e nessa medida desenvolve-se e mobiliza-se para novos e mais difíceis obstáculos.

ü                 Compensação – Para tornar uma carreira aliciante importa valorizar as compensações, mas fazê-lo com criatividade e numa atitude positiva. Importa demonstrar ao jovem juíz as vantagens da carreira de arbitragem, assumindo os dirigentes uma atitude realista, concreta e positiva e não serem, por vezes, os primeiros arautos da desgraça.

Que compensações o sistema de arbitragem potencializa? 

  
  • Integração e desenvolvimento  social mais rico e diferenciado;
  • Reconhecimento público, notoriedade, espírito de pertença a uma modalidade de sucesso e de relevante expressão nacional e internacional;  
  • Conhecimento de novas gentes e locais, a nível nacional e internacional; 
  • Meio de desenvolvimento pessoal; 
  • Participar em momentos altos da modalidade; 
  • Prémios de jogo em função da sua evolução na carreira da arbitragem, mas que têm sempre que ser encarados como meros incentivos e nunca como remuneração.
 
Outras formas de encarar a arbitragem podem haver, mas num momento de crise financeira e de valores, corremos o risco de esta ser a única via para promovermos a arbitragem e trabalharmos para o desenvolvimento da modalidade.

valdemar cabral





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