sexta-feira, 19 de julho de 2013

CAMPEONATO NACIONAL 1ª DIVISÃO

O NOVO CAMPEONATO NACIONAL 1ª DIVISÃO


Conforme foi tornado público através do Com. nº 237- 2012/2013 – FPB, de 24 de abril, foi criado o Campeonato Nacional de 1ª Divisão – masculino, com a integração de todas as equipas que disputavam, ou iriam disputar, os extintos campeonatos da CNB1 e  CNB2.
Importa reconhecer que se concretizou mais uma iniciativa no sentido de inovar e desenvolver o Basquetebol, sendo determinante não perder este apelo à mudança e tomar as medidas necessárias para que a nova competição seja um êxito e reforce o quadro competitivo nacional.
O sucesso desta nova prova, como das restantes, depende da capacidade e competência de todos os agentes que nela intervêm.
Há, acima de tudo, um problema de atitude que deve ser revisto, pois a todos compete promover e divulgar a modalidade em espírito de equipa e de coesão, não havendo lugar a ilhas de competência reservada e a interesses particulares, mas sim a uma comunhão de esforços no sentido de promover as competições nacionais como um produto que se vende e cujo preço será sempre a contrapartida da nossa capacidade de mobilização e organização.
Todos temos que conhecer as dificuldades e partilhar esforços sabendo que acima de tudo está a defesa do desenvolvimento do Basquetebol.
Com a criação desta nova competição, e sem ignorar que outras áreas há que merecem apreciação, há dois aspetos que, de uma forma clara, criativa e adequada à realidade sócio desportiva, devem, ou pelo menos deviam, ser equacionados e discutidos, isto é, a organização da competição e o sistema de arbitragem.

1. Organização - No que se refere à organização da competição e dos jogos torna-se absolutamente necessário fazer apostas sérias em vários aspetos:

  • Todos os clubes devem encarar a competição como a integração num projeto coletivo que a todos interessa, tendo perante a competição, e cada jogo, uma postura de responsabilidade e empenho, começando por fazer de forma excelente tudo que não depende das maiores ou menores capacidades financeiras;
  • Calendarização dos jogos em função da promoção do jogo-espetáculo, tendo em consideração as calendarizações de outros campeonatos e, até de outras modalidades, criando rotinas de horários de jogos por forma a promover uma maior identificação do público com as equipas;
  • Promoção dos jogos junto da comunidade local, por forma a que cada jogo seja um acontecimento e um espetáculo desportivo de interesse geral;
  • Não descorar as condições de acolhimento e de respeito pelo público, promovendo o espetáculo através diversão musical antes e nas paragens de jogo, apresentação de equipas, quadros de informação eletrónica para o público, etc;
2. Sistema de arbitragem – de uma forma algo incompreensível, os clubes têm-se desprendido do sistema de arbitragem, limitando-se a discutir apenas aspetos quantitativos e menos os aspetos qualitativos e de evolução de arbitragem e do jogo. Resolvida a questão de pagar menos, o resto parece não ser relevante. Ora tal atitude, nesta como noutras competições, não é a melhor para o sucesso da competição.


  • Os clubes, fundamentalmente os Treinadores, têm que participar ativamente na preparação das épocas transmitindo a sua própria opinião sobre a arbitragem no jogo e o seu reflexo no sucesso da competição;
  • Têm que se criar compromissos que inovem e salvaguardem a imagem de cada um perante a competição, o público e a comunicação social, designadamente em termos de apresentação, atitude, comportamento e comunicação entre os vários agentes e, essencialmente, entre dirigentes, treinadores e juízes;
  • Os clubes terão que se empenhar mais na definição dos sistema e critérios de arbitragem, e menos nos custos a suportar, pois estes são o reflexo daqueles. Importa definir o que se quer, como se quer e depois acompanhar a sua execução;
  • A arbitragem deve manifestar uma abertura de pensamento assente na promoção do jogo e nas reais possibilidades de investimento e na otimização dos recursos escassos disponíveis. Nem tudo o que se deseja se alcança, mas só o sonho da inovação promove a evolução, e sem esse sonho não deixaremos de marcar passo. É tempo de abandonar o apelo chavões vazios de qualquer conteúdo como “filosofia e perspetiva da arbitragem moderna”, invocarreformas” que se não concretizam e apelar a conceitos de “sustentabilidade” que não se praticam.

A reforma de pensamento e de atitude é a principal forma de alcançar o sucesso que a nova competição exige e o Basquetebol necessita, mas para isso é necessário que cada um reconheça, com humildade, que só juntos alcançaremos o sucesso e que o Basquetebol é o mais importante.

valdemar cabral

2 comentários:

  1. Esta nova competição , para mim sem haver alteração na Proliga não é a forma ideal de uma gestão de todas as competições, pois faz com que haja equipas muito fortes e outra bem mais fracas, e segundo creio vai haver menos equipas que nas anteriores competições , e diminuindo o numero de clubes diminui o numero de atletas, também em termos de arbitragem não é bom para a evolução dos nossos juízes.

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  2. É evidente que esta decisão não foi unanime junto dos clubes e Associações.
    O que é verdade, na minha opinião, não temos expressão basquetebolistica para ter 4 campeonatos nacionais seniores masculinos (LPB,Pro Liga,CNB1 e CNB2, e este foi por ventura um primeiro passo para reestruturar as competições.
    Quanto à diminuição de clubes nada garante nem há razão para entender que se se mantivesse o modelo anterior não houvesse na mesma desistencia de clubes.
    Esta nova competição tem os desiquilibrios iniciais que refere, mas importava tornar as duas competições, numa fase inicial, mais regional e, nesta medida, reduzir custos e também poder ser uma forma do desenvolvimento da arbitragem, desde que haja o bom senso de ver a competiçlão como forma de lançar e motivar árbitros regionais.

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