sábado, 19 de abril de 2014

DIRETOR TÉCNICO ARBITRAGEM


FERNANDO ROCHA
 
 
Após a minha última reflexão neste espaço, foi-me colocado o desafio de ir um pouco mais além e apontar medidas concretas para a melhoria do desenvolvimento da arbitragem.

Compreendo esse ponto de vista e ele está no meu objetivo.

No entanto, a minha sensibilidade e experiência diz-me, há muito, que o problema essencial é de visão, definição de objetivos e de capacidade de mobilização e não de ideias avulsas e sempre desgarradas do todo que é o Basquetebol.

Todas as ideias têm que assentar em objetivos concretos e as pessoas que as possam executar, devidamente enquadradas na estratégia que venha a ser definida.
 
Por isso, o que para mim é essencial são os aspetos subjectivos e de valores, e a eles me tenho referido de forma mais persistente, quer neste espaço quer nas escassíssimas oportunidades em que se fala de arbitragem, designadamente nos clinics da ANJB.

Isso não invalida o reconhecimento da necessidade de concretizar algumas ideias e a forma de as implementar, o que irei fazendo "step-by-step"

Uma ideia chave já defendida, e devidamente concretizada, é a absoluta necessidade de alterar os Estatutos da FPB no que concerne à organização da arbitragem, proposta que considero essencial para se dar um passo em frente no envolvimento de Treinadores, Jogadores e Dirigentes na procura das melhores soluções para o desenvolvimento sustentado da arbitragem.

Dando mais um passo, é imperioso criar o lugar de Diretor Técnico para a Arbitragem (DTA) e ressuscitar um ideia de há mais de 20 anos, mas deixada ao abandono não se sabe bem porquê, que é a criação do Corpo Técnico Nacional da Arbitragem (CTN).

Temos em Portugal do melhor que há no mundo conhecido para o desempenho dessas funções, isto é, pessoa com reconhecida capacidade técnica, disponibilidade para o efeito, espírito de colaboração, bom senso, capacidade de gerar consensos e, acima de tudo, humildade e capacidade de trabalho em prol dos outros.
 

Não há qualquer hipótese de, no quadro actual e nos próximos anos, pensar o desenvolvimento da arbitragem que não seja envolvendo pessoas com aqueles predicados e para mim não há dúvidas de que só existe uma pessoa - o árbitro FERNANDO ROCHA.
 

Com ele seria definido o CTN o qual não deveria ter mais do que 5 elementos representando os 3 setores da arbitragem:

Árbitros, Oficiais de Mesa e Comissários Técnicos.

O DTA e o CTN, enquadrados na estratégia do CA/FPB, apresentariam um programa de ação que, se aprovado, asseguraria em direta colaboração com os CAD´s a execução assente em 3 vertentes:
  • Captação e formação de novos juízes;

  • Programas de formação contínua regional e nacional;

  • Divulgação de orientações e recomendações técnicas.

Este é um pequeno e simples passo que depende, exclusivamente, da vontade de quem propõe e da disponibilidade do nomeado para aceitar, mas que significaria, indubitavelmente, um grande avanço para a arbitragem.

Vamos analisando, discutindo e definindo cada peça do puzzle e, no fim, juntemos as peças e talvez tenhamos dado um forte contributo para a nossa modalidade.

 

Valdemar cabral

sexta-feira, 18 de abril de 2014

ELEIÇÕES F.P.B.

 
 

REFLEXÕES

 

Do feedback que tenho recebido sobre as ideias/propostas para a arbitragem que vou partilhando neste espaço com todos aqueles que, de boa fé e espírito construtivo, querem trabalhar em prol da modalidade, uma das opiniões mais frequentemente transmitidas é que as ideias correspondem, em muito, àquilo que seria desejado, mas a realidade da nossa modalidade não reúne as melhores condições para as levar a efeito, sendo muito difícil de as implementar.
 
Apesar de não concordar plenamente com esta ideia, também não é menos verdade que as coisas não serão fáceis, pelo que a ponderação
de outros factores terá também que ser feita.

 
No entanto, é sempre preciso um sonho para criar um conceito, para obtermos a superação, e são precisas pessoas para tornar os sonhos realidade.
 
Se nos bastarmos sempre só com aquilo que é possível, quer queiramos quer não, muito dificilmente superaremos a realidade e acabaremos por fazer sempre o mesmo, umas vezes melhor outras vezes pior.
Por isso, com bom senso e sentido de responsabilidade, deveremos sempre sonhar e lutar por esse sonho.
 
Estas reflexões poderão ser sonhos que não têm pessoas para os tornar realidade, mas é minha convicção que mais cedo do que tarde terão que ser uma realidade.
 
A modalidade precisa dessa reflexão, precisa da participação de clubes, treinadores e jogadores no desenvolvimento da arbitragem, mas essa participação tem que ser verdadeiramente integrada, responsável e responsabilizante.
 
Ninguém tem a solução única ou é detentor da melhor solução, por isso, é para mim absolutamente decisivo eleger a Assembleia Geral da FPB como o fórum, à falta de melhor, para discutir, definir e assumir compromissos para o desenvolvimento da arbitragem
 
É evidente que não pode ser o local único de discussão, nem é essa a sua função determinante, mas tem um papel catalisador e, acima de tudo, a função deliberativa que só a ela cabe.
 
Assumida esta dimensão, fácil será multiplicar os espaços de trabalho sobre a arbitragem, pelo menos sobre a arbitragem que eu sonho.
 
Mas este sonho, para ser realidade, necessita de pessoas, isto é, de liderança com capacidade de gestão.
 
Liderança no sentido de contagiar e comprometer uma equipa vencedora, de saber comunicar com impacto os objectivos e metas a alcançar;
 

Capacidade de gestão numa perspectiva de antecipar necessidades, definir valores e ter uma visão.

Não nos preocupemos com as pessoas mas com os projetos, e não tenhamos o doentio defeito de ver em quem não pensa como nós, os nossos inimigos.
 
 
Como já referi neste espaço, o pensamento divergente deve ser aceite como um contributo positivo, assente no princípio que a diversidade de opinião é um valor indispensável para o desenvolvimento das sociedades.


valdemar cabral

terça-feira, 1 de abril de 2014

ELEIÇÕES F.P.B.



Reflexões - Parte II

Enquadramento Estatutário do Conselho de Arbitragem

 
Para que o setor da arbitragem reforce a relevância institucional que lhe é devida e, acima de tudo, motive a discussão, participação e envolvimento de clubes, treinadores, jogadores, dirigentes e juizes na procura das melhores soluções e dos melhores processos de trabalho, torna-se necessário que o seu enquadramento na estrutura da modalidade seja mais pró-ativo e também a arbitragem incentive a participação de outras partes e lhes conceda espaço de opinião e relevância nas decisões.

Já lá vai o tempo em que se defendia que a arbitragem é uma questão para os árbitros como, durante muito tempo, se defendeu que a gestão dos hospitais era para os médicos e a dos Tribunais para os Juízes.

Nada disso, a gestão de qualquer atividade tem dois domínios autónomos, mas complementares - o especificamente técnico e o politico-estratégico, pelo que o que importa é capacidade de constituir e liderar equipas competentes e multidisciplinares, perfeitamente alinhadas com a estratégia aprovada.

Neste sentido, tendo presente que nos termos da legislação aplicável e dos Estatutos federativos o CA/FPB é um órgão autónomo executivo e que o poder deliberativo reside, exclusivamente, na Assembleia Geral, seria de todo recomendável transferir para a Assembleia Geral o fórum de excelência de discussão, definição e aprovação das grandes linhas estratégicas da arbitragem e, complementarmente, nela os seus responsáveis procurarem os  apoios e a co-responsabilidade de todos os agentes para as suas propostas de trabalho.

Seria uma nova forma de encarar o diálogo da arbitragem com a modalidade e, por outro lado, uma oportunidade para sensibilizar todos os agentes para as dificuldades e questões que preocupam os juízes e a arbitragem.

Por outro lado, o próprio CA/FPB terá que procurar uma forma organizativa mais inovadora, dinâmica, transparente e assente num modelo de gestão que aponte para a plena participação e responsabilização de todos os seus membros e permita, por outro lado, a monitorização da sua atividade face aos objetivos estratégicos propostos.

Em termos concretos, e em linhas gerais, a nossa proposta de enquadramento estatutário do CA/FPB no quadro legal existente, passaria pela alteração dos Estatutos da FPB no seguinte sentido:


1º - Consagração do principio de, anualmente, o CA/FPB submeter a análise, discussão e aprovação da AG o Relatório de Atividades referente a cada ano/época, bem como o Plano de Atividades e Orçamento para a época seguinte, documentos a que, mais detalhadamente, voltaremos numa próxima reflexão;

2º - A estrutura de funcionamento do CA assentaria na existência dos seguintes Pelouros, para além de outros que o próprio CA entenda criar:

Área Técnica;

Formação;

Nomeação de Juízes;

Avaliação de Juízes.

 
3º Cada Pelouro teria um membro do CA como Responsável, não podendo nenhum dos membros ter sob sua responsabilidade direta mais que 2 Pelouros;


4º O Pelouro das Nomeações e o das Avaliações  teriam Responsáveis distintos;


Esta proposta, ou outras que venham a ser consideradas pertinentes, teria, sem qualquer margem de dúvida,  como grande consequência enriquecer a participação de todos no setor da arbitragem, promover a relevância da arbitragem no seio da modalidade e co-responsabilizar todos os agentes pelos sucessos e insucessos alcançados.

Penso que valerá a pena refletir….

Valdemar cabral