FERNANDO ROCHA
Após a minha última reflexão neste espaço, foi-me
colocado o desafio de ir um pouco mais além e apontar medidas concretas para a
melhoria do desenvolvimento da arbitragem.
Compreendo esse ponto de vista e ele está no meu
objetivo.
No entanto, a minha sensibilidade e experiência
diz-me, há muito, que o problema essencial é de visão, definição de objetivos e
de capacidade de mobilização e não de ideias avulsas e sempre desgarradas do
todo que é o Basquetebol.
Todas as ideias têm que assentar em objetivos concretos
e as pessoas que as possam executar, devidamente enquadradas na estratégia que
venha a ser definida.
Por isso, o que para mim é essencial são os aspetos subjectivos e de valores, e a eles me tenho referido de forma mais persistente, quer neste espaço quer nas escassíssimas oportunidades em que se fala de arbitragem, designadamente nos clinics da ANJB.
Isso não invalida o reconhecimento da necessidade
de concretizar algumas ideias e a forma de as implementar, o que irei fazendo
"step-by-step"
Uma ideia chave já defendida, e devidamente
concretizada, é a absoluta necessidade de alterar os Estatutos da FPB no que
concerne à organização da arbitragem, proposta que considero essencial para se
dar um passo em frente no envolvimento de Treinadores, Jogadores e Dirigentes
na procura das melhores soluções para o desenvolvimento sustentado da
arbitragem.
Dando mais um passo, é imperioso criar o lugar de Diretor
Técnico para a Arbitragem (DTA) e ressuscitar um ideia de há mais de 20 anos,
mas deixada ao abandono não se sabe bem porquê, que é a criação do Corpo
Técnico Nacional da Arbitragem (CTN).
Temos em Portugal do melhor que há no mundo
conhecido para o desempenho dessas funções, isto é, pessoa com reconhecida capacidade
técnica, disponibilidade para o efeito, espírito de colaboração, bom senso,
capacidade de gerar consensos e, acima de tudo, humildade e capacidade de
trabalho em prol dos outros.
Não há qualquer hipótese de, no quadro actual e nos
próximos anos, pensar o desenvolvimento da arbitragem que não seja envolvendo
pessoas com aqueles predicados e para mim não há dúvidas de que só existe uma
pessoa - o árbitro FERNANDO ROCHA.
Com ele seria definido o CTN o qual não
deveria ter mais do que 5 elementos representando os 3 setores da arbitragem:
Árbitros, Oficiais de Mesa e Comissários Técnicos.
O DTA e o CTN, enquadrados na estratégia do CA/FPB,
apresentariam um programa de ação que, se aprovado, asseguraria em direta
colaboração com os CAD´s a execução assente em 3 vertentes:
- Captação e formação de novos juízes;
- Programas de formação contínua regional e nacional;
- Divulgação de orientações e recomendações técnicas.
Este é um pequeno e simples passo que depende,
exclusivamente, da vontade de quem propõe e da disponibilidade do nomeado para
aceitar, mas que significaria, indubitavelmente, um grande avanço para a
arbitragem.
Vamos analisando, discutindo e definindo cada peça
do puzzle e, no fim, juntemos as peças e talvez tenhamos dado um forte
contributo para a nossa modalidade.