Os valores sociais e a sua prática
Realizou-se
no passado dia 10 de Dezembro na Assembleia da República a cerimónia da entrega
da medalha comemorativa do 50º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos
Humanos aos 3 elementos distinguidos com o prémio Direitos Humanos 2013.
Tudo não passaria
de normal, se normal tivesse sido a intervenção dos distinguidos.
Mas não.
Jose
António Pinto, Assistente Social na junta de freguesia de Campanha-Porto, ao
agradecer a distinção do prémio mais não fez do que, afinal, demonstrar o quão
justa foi a sua atribuição.
De facto,
num momento em que muitos confortados no
bem estar proporcionado por escassos minutos de exposição pública, gozando as vénias
de ocasião, se refugiariam em palavras gastas e ocas, o galardoado fez jus ao
seus valores e demonstrou que um homem de convicções, princípios e sentido de
responsabilidade social em todas as ocasiões o deve demonstrar, correndo o
risco do incómodo e, até, de vir a ter prejuízos diretos, ou indiretos, para o
seu nome e pessoa.
Na
referida cerimónia, perante a Presidente da Assembleia da República e os
acomodados deputados, José António Pinto afirmou:
"Deixo
ficar esta medalha no Parlamento se os senhores deputados me prometerem que,
futuramente, as leis aprovadas nesta casa não vão causar mais estragos na vida
daqueles que, por terem deixado de dar lucro, são agora considerados descartáveis";
"Eu
não quero receber medalhas, quero justiça na economia, justiça na repartição da
riqueza criada";
"Quero
que a dignidade do Homem seja mais valorizada que os mercados, que o interesse
coletivo e o bem comum tenham mais força que os interesses de meia dúzia de privilegiados".
A partir
da leitura desta notícia refleti sobre a falta que nos fazem homens e mulher
que:
- Alicerçados na força das suas convicções tenham
uma visão da sociedade, e dos seus valores, que ultrapasse o horizonte que
a sua vista alcança;
- Sejam capazes de ver para além do muro das
dificuldades e pensar fora do quadrado que a todos limita;
- Tendo princípios e valores sejam capazes de separar
o acessório do essencial e o individual do coletivo;
- Entendam que o percurso em circulo e
ziguezague, tentando ludibriar os desatentos, será sempre o caminho mais
longo para atingir a verdade;
- Alicercem a sua competência na força dos seus
argumentos, princípios e ações e não no poder efémero, mesmo que legitimamente exercido;
A arbitragem e o Basquetebol também carecem desse desafio e todos temos que ajudar a vencer.
Valdemar cabral
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