quarta-feira, 29 de junho de 2016

QUE HORAS SÃO?

Há dias, por mera coincidência, ouvi um pequeno diálogo que retive.

A conversa foi curta.

- Que horas são? Perguntava um.

- 10 e pouco, respondeu o outro.

- Não, retorquiu um terceiro. São 10 e 10.

- Mas é a mesma coisa, insistiu o segundo.

- Não. Dez e pouco é diferente de 10 horas e 10´.

- Ora, é a mesma coisa, insistiu o terceiro.


Olhei para o relógio e, de facto, eram 22h10´.

Perguntei ao meu colega que horas eram para confirmar e ele respondeu-me prontamente:

Passam 10 das 22h.


Fiquei a pensar...

De facto todos tinham razão.

As horas não eram o mais relevante para eles, mas a afirmação que cada um queria ter no referido diálogo.

Para mim era rigorosamente a mesma coisa, mas para eles não.

Compreendi-os e fiquei a pensar.

É assim na vida.

Muitas vezes dizemos o mesmo, mas de forma diferente.

Mas como não nos ouvimos, logo assumimos a diferença.

Ouçamo-nos e, acima de tudo, tentemos convergir no que nos une.

Dizer e pensar diferente não significa ser contrário, mas apenas olhar a realidade por outra janela.

Ao contrário destes meus amigos, há ainda aqueles que nem dizem as horas para não gastarem o relógio.



valdemar cabral





 

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