domingo, 2 de junho de 2013

COMISSÁRIOS TECNICOS E OBSERVADORES

Foram divulgados os resultados do processo de seleção de novos “Observadores”.

O processo formativo não pode deixar de se considerar como positivo e uma primeira tentativa para, nesta área, melhorar o desempenho de uma função tão especifica e relevante.

No entanto, a ação desenvolvida nesta época deve ser vista como a ponta do iceberg, porque a parte submersa ( todos os CT´s e Observadores) é muito mais importante que a parte visivel, o que significa que é dela que, fundamentalmente, temos que tratar em termos formativos e de valorização da função.

A formação dos Comissários Técnicos e dos Observadores deve ir muito mais além do que a mera observação de jogos ou vídeos, pois é necessário preparar todos para a ingrata função de saber observar comportamentos e decisões, analisar a sua relevância no contexto de jogo, e suas circunstancias, e avaliar desempenhos à luz de critérios tão objetivos quanto possível.

Muito mais que a formação técnica, torna-se absolutamente decisivo o processo de valorização de competências ao nivel comportamental e de preparação para os riscos que um qualquer processo subjectivo de classificação de atitudes e desempenhos encerra.
Não basta, nesta matéria, ter competências da experiencia feitas, pois trata-se de uma atividade que exige um outro tipo de saberes, muito diferentes dos exigidos durante a função de árbitro.

Ter sido árbitro e revelado potencialidades para a função de Observador é, apenas, o princípio e não o fim de um processo, pois há todo um conjunto de novas competências que todos temos de adquirir se queremos desempenhar uma função com credibilidade.

Por isso, é decisivo que na preparação da nova época haja uma reflexão de todo o processo de avaliação dos árbitros e oficias de mesa, quer no que concerne à definição do modelo, sua gestão e sistema de formação continua, como a absoluta necessidade de o alinhar com a definição de uma filosofia para a arbitragem nacional e promover a sua constante monotorização, isto é, avaliar o sucesso e insucesso da sua implementação.

 O sistema de avaliação de desempenho dos juizes é fundamental para a evolução da arbitragem, mas carece de muito trabalho, humildade para apreender e  vontade de o por, decisivamente, ao serviço do desenvolvimento da modalidade, sob pena de se transformar numa rotina semanal entregue ao voluntarismo de cada um, transformando-se os seus resultados na mera gestão de uma folha de excel.

A FPB, os clubes, os juízes, os Comissários Técnicos e os Observadores fazem um grande investimento nesta área, pelo que se esperam melhores e diferentes resultados, mas para isso é preciso parar para pensar, envolver para compreender, definir claramente principios, metodologias e objetivos e dar o exemplo prosseguindo politicas de rigor e de reconhecimento do mérito e competência.

TUDO ISTO ESTÁ LONGE DE SER UMA REALIDADE.

É este o desafio se queremos, de facto, trabalhar para o desenvolvimento da arbitragem e da modalidade.

Valdemar Cabral


3 comentários:

  1. Parabéns pela iniciativa.
    Torna-se mais fácil quando caminhamos todos para um objetivo comum, neste caso em prol da arbitragem.
    Abraço, Paulo Fidalgo.

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  2. Eu próprio, sendo um dos candidatos desse curso estou focado em aprender a avaliar pois tenho a plena consciência do meu percurso na arbitragem nacional.

    Excelente reflexão.

    Um abraço.

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  3. Jose Cardoso

    O contributo de gente nova, com experiencia, capacidade critica, bom senso, sentido de equilibrio e espirito de missão que tanto falta na nossa arbitragem, é sempre benvindo e tu és um dos exemplos.
    abraço
    valdemar

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